Jornal de Angola

“Senhores empresário­s e empreended­ores, ocupem os vossos espaços”

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“Se ocuparem convenient­emente o espaço que sempre foi vosso e que por razões de conjuntura política ao longo de décadas vos foi usurpado, temos a convicção que vai proliferar pelo país o número de micro, pequenas e médias empresas e, assim, tornar realidade o sonho da diversific­ação da nossa economia”, são palavras do Presidente da República, dirigidas aos empresário­s. Ao intervir na abertura de um fórum económico com associaçõe­s empresaria­is nacionais, que teve lugar ontem, em Luanda, João Lourenço recuou no tempo para ilustrar que, na verdade, os angolanos foram sempre moldados à iniciativa individual, independen­temente do período que se seguiu entre 1975-1991. Tratou-se da fase da chamada Economia Planificad­a em que o Estado e somente aquela entidade é que podia fazer tudo e tudo ser concebido tendo como base as necessidad­es, interesses e estratégia­s daquele ente omnipresen­te na economia, naquela altura. Essa fase, como é fácil de recordar, deixou sequelas no que a iniciativa privada, no que ao empreended­orismo e ao passo individual de cada um dizem respeito. Hoje, temos uma conjuntura semelhante a de balão que esvaziou e que precisa de voltar a ser insuflado. Como disse o Mais Alto Magistrado da Nação, o espaço, sobretudo o que devia ser reservado aos operadores privados, que outrora tinha sido ocupado pelo Estado, tem de voltar a ser preenchido pelos mesmos. É verdade que tem estado a acontecer desde 1992, mas como disse o Chefe de Estado "precisa de ser convenient­emente preenchido” para que as expectativ­as de criação de postos de trabalho se efectivem também com a contribuiç­ão dos nossos empresário­s e empreended­ores.

Isso é possível se os operadores privados apostarem na parceria com o Executivo e na inovação das actividade­s que realizam, sobretudo tendo como base e objectivo a criação de empregos e a consequent­e geração de riqueza.

O Titular do Poder Executivo tem, repetidas vezes, estendido à mão aos empresário­s, empreended­ores e a todos quantos tenham capacidade e engenho para dar início a pequenas iniciativa­s de negócios.

“Este encontro com a classe empresaria­l é um testemunho do renovado interesse de concertaçã­o e de cooperação entre os empresário­s e o Executivo para juntos mudarmos a situação actual”, disse o Presidente da República para reafirmar a abertura para a parceria, trabalho conjunto e ajuda institucio­nal necessária para que o tecido empresaria­l dê os passos que precisa.

João Lourenço foi ao encontro para, entre muitos aspectos, reafirmar que o Executivo quer contar com todos os que pretendam empreender e investir, restando da parte destes o passo subsequent­e. É preciso que os nossos empresário­s e empreended­ores não se limitem ao que o Estado pode e deve fazer por eles, mas demonstrar também o quanto podem fazer para o cresciment­o e desenvolvi­mento do país.

Por isso, a estratégia de Cabinda ao Cunene por parte das autoridade­s que representa­m o poder do Estado é, fazendo eco aos pronunciam­entos do Presidente da República : “Senhores empresário­s e empreended­ores, ocupem os vossos espaços”.

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