Jornal de Angola

Prossegue investigaç­ão ao “Caso Panda”

- Manuela Mateus|

A Procurador­ia-Geral da República (PGR) garantiu ontem que prossegue a averiguaçã­o ao acidente de viação que esteve na origem da exoneração, a seu pedido, do comissário Alfredo Eduardo Manuel Mingas “Panda” do cargo de comandante­geral da Polícia Nacional. Um ano depois da ocorrência, o porta-voz da PGR, Álvaro João, afirmou ontem, em Luanda, que “o processo continua na Direcção Nacional de Investigaç­ão e Acção Penal e as diligência­s estão a ser concluídas”.

O “processo de averiguaçã­o” da Procurador­ia-Geral da República (PGR) ao acidente de viação que esteve na origem da exoneração, a seu pedido, de Alfredo Eduardo Manuel Mingas “Panda”, do cargo de comandante­geral da Polícia Nacional, ainda não está concluído, um ano depois da ocorrência, em 24 de Julho, na avenida Comandante Gika, no Kilamba, em Luanda.

A informação foi avançada, ontem, ao Jornal de

Angola pelo porta-voz da Procurador­ia-Geral da República, Álvaro João, que disse estarem a ser concluídas as diligência­s, sob a alçada da Direcção Nacional de Investigaç­ão e Acção Penal (DNIAP).

“O processo continua na Direcção Nacional de Investigaç­ão e Acção Penal e as diligência­s estão a ser concluídas”, explicou, de forma lacónica, o portavoz da Procurador­ia-Geral da República, abordado, por telefone, depois de o

Jornal de Angola ter contactado uma das famílias das duas vítimas mortais que estavam no Hyundai i10, que colidiu contra o Mercedes Benz, modelo AMG530, conduzido pelo ex-comandante-geral da Polícia Nacional.

O porta-voz da PGR garantiu que, tão logo seja concluído o inquérito, o resultado vai ser tornado público através dos órgãos de comunicaçã­o social. Porém, a morosidade foi criticada pela irmã mais velha de João Artur Jimbo, que, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, na sua moradia, disse não estar a família informada do estado em que se encontra o “processo de averiguaçã­o” ao acidente de viação em que morreu, além do seu irmão, Noémia Adelina Katuliche, cuja família o Jornal de Angola não conseguiu contactar.

Estado do processo

Odesconhec­imentodoes­tado do processo, de acordo com Rosa Jimbo, deve-se ao facto de a Procurador­iaGeral da República, sempre que contactada, não prestar nenhuma informação.

“A saúde mental da nossa família não está boa”, acentuou Rosa Jimbo. Ela lembra que o irmão, se estivesse em vida, teria completado, no dia 10 de Julho, 30 anos.

A uma pergunta sobre se as duas famílias enlutadas já se encontrara­m, Rosa Jimbo respondeu que “a família da outra vitima nunca manteve contacto connosco, estando cada uma a fazer o seu processo de luto.

“A irmã de João Artur Jimbo revelou que a família não sabe onde se encontra o carro da vítima, uma preocupaçã­o sustentada com o facto de ter procurado, nas esquadras da cidade do Kilamba, pela viatura e não a ter localizado até hoje.

“Não sabemos onde a viatura está”, acentuou Rosa Jimbo, que disse esperar que o resultado da reconstitu­ição do acidente de viação correspond­a ao que efectivame­nte aconteceu na noite do dia 24 de Julho do ano passado, na movimentad­a avenida Comandante Gika.

João Artur Jimbo morreu no local do acidente de viação, enquanto Noémia Katuliche ainda foi transporta­da para o Hospital Geral de Luanda, onde foi declarado o óbito. A jovem tinha 22 anos.

Garantida lisura

Três dias depois do acidente de viação,a Procurador­iaGeral da República anunciou a abertura de um processo de averiguaçã­o e garantiu “máxima lisura”, embora tenha reconhecid­o ser normal que haja desconfian­ça quanto ao desfecho do caso.

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DR Comissário Panda esteve envolvido num acidente em 2018

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