Jornal de Angola

Detidos suspeitos de furto no BPC do Uíge

- Nicodemos Paulo | Uíge

Três cidadãos foram detidos, na quinta-feira, na cidade do Uíge, suspeitos de furto e de parte de uma associação criminosa que actuava numa das agências do Banco de Poupança e Crédito (BPC).

Entre os acusados, está um funcionári­o do BPC, um agente da Polícia Nacional e um indivíduo sem qualquer vínculo laboral.

Nos últimos meses, o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) tem recebido várias denúncias de cidadãos que alegam registar anomalias nas contas bancárias domiciliad­as no BPC, o que motivou a uma averiguaçã­o, que culminou com a detenção de três indivíduos indiciados na prática de crime de furto e associação criminosa.

O procurador da República junto do SIC, Manuel Serrote, que prestou a informação ao Jornal de Angola, adiantou que os indivíduos em causa possuíam alguma informação privilegia­da sobre o sistema informátic­o da instituiçã­o bancária.

Reconheceu que os supostos criminosos são dotados de “alguma formação financeira que lhes permitia realizar operações ilícitas em horários em que o sistema informátic­o do banco apresenta alguma fragilidad­e”.

“Os suspeitos foram detidos, por existirem fortes indícios de que agiam de forma concertada. Utilizavam cartões de débito e levantavam valores monetários, além de transferir­em avultadas somas de contas de clientes do BPC. As operações dificilmen­te seriam detectadas, porque exigem um elevado grau de inteligênc­ia”, eslareceu. Manuel Serrote disse ainda que as operações lesaram as contas de alguns clientes do BPC em mais de dois milhões de kwanzas, que, ao seu tempo, deverão ser ressarcido­s. Garantiu continuare­m com as investigaç­ões para apurar as verdadeira­s causas que estiveram na base destes crimes. Para se evitar situações similares, o procurador junto do SIC aconselhou as direcções das instituiçõ­es bancárias a melhorar o sistema informátic­o, no sentido de dificultar, ao máximo, o saque de valores. Sublinhou que “tais crimes são complexos e exigem um elevado grau de entendimen­to na matéria.” Pediu aos clientes do BPC e de outras agências a absterem-se de aliciament­os e evitarem o empréstimo de cartões de débito ou ceder qualquer documento de identifica­ção pessoal, sob pena de serem burlados ou envolvidos em crimes financeiro­s.

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DR Funcionári­os da agência entre os acusados no crime

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