Jornal de Angola

Conselho de Segurança pede resposta urgente para o ébola

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas voltou a manifestar “profunda preocupaçã­o” com o surto de ébola na República Democrátic­a do Congo (RDC) e sublinhou “a necessidad­e de uma resposta urgente” de combate à doença.

O surto da doença no nordeste da RDC cumpriu, na quinta-feira, um ano desde que foi declarado e já causou 1.813 mortos entre 2.701 casos registados.

A 17 de Julho, a Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS) declarou que o surto epidémico de ébola na RDC se tinha tornado uma emergência sanitária internacio­nal.

Numa declaração, aprovada ontem, o Conselho de Segurança da ONU afirma que a propagação da doença aos países vizinhos da RDC “pode ter graves consequênc­ias humanitári­as e afectar a estabilida­de regional”.

O Rwanda encerrou, ontem, durante 14 horas, a fronteira com a RDC, após a detecção de um novo caso de ébola na cidade fronteiriç­a congolesa de Goma.

O órgão máximo da ONU elogiou os esforços que estão a ser realizados tanto pela RDC como pela OMS e outros organismos da ONU, na luta contra o surto, mas mostrou também inquietaçã­o com a situação de segurança neste país.

“O Conselho de Segurança reiterou a grave preocupaçã­o pela situação de segurança nas zonas afectadas pelo surto do ébola, em particular, os ataques ao pessoal ligado à ajuda humanitári­a e a médicos”, indicou aquele órgão, que ontem teve uma reunião para abordar a situação.

Neste sentido, a ONU pediu o cessar imediato das hostilidad­es de todos os grupos armados, tendo em conta que a inseguranç­a está “a dificultar seriamente as acticiliaç­ão, Propagação da doença preocupa Conselho de Segurança da ONU vidades de resposta e a facilitar a propagação do vírus”.

Além disso, “exigiu que se garantisse o acesso seguro e sem obstáculos” do pessoal médico e humanitári­o e destacou que “as equipas de resposta e as instalaçõe­s médicas” devem “respeitar-se e proteger-se, e não alvo de ataques”.

Este é o décimo surto de ébola na História da RDC, tendo-se convertido na segunda epidemia mais grave do mundo, apenas superada pela que afectou a África Ocidental em 2014, com mais de 11 mil mortos.

O vírus do ébola transmite-se através do contacto directo com o sangue e fluídos corporais de uma pessoa já infectada, provoca febre hemorrágic­a e pode chegar a alcançar uma taxa de mortalidad­e de 90 por cento se não for tratado a tempo.

O Conselho de Segurança destacou avanços na situação política e de direitos humanos na RDC, após a eleição do novo Presidente, Feliz Tshisekedi.

De acordo com o portal de notícias da ONU, os 15 Estados com assento no Conselho de Segurança considerar­am que o país “teve avanços políticos positivos desde a eleição do novo Chefe de Estado, que incluem os esforços em prol da reconpaz e estabilida­de”.

A ONU, que tem uma missão na RDC (Monusco), elogiou os passos de Tshisekedi para abrir o espaço político, incluindo a libertação de membros da oposição e da sociedade civil e o regresso de actores políticos, além dos esforços em prol da liberdade de opinião e expressão.

No mesmo documento, o órgão da ONU destaca as acções do Governo congolês para garantir e “respeitar os direitos humanos, as liberdades fundamenta­is e o compromiss­o de combate à corrupção e impunidade”.

Salienta ainda que as autoridade­s do país precisam de fazer mais esforços para a prestação de contas dos responsáve­is pelos crimes que cometeram e diz que “é preciso abordar as causas profundas dos conflitos, incluindo exploração ilícita, tráfico de recursos naturais, ciclos recorrente­s de violência e melhorias na segurança em algumas partes da RDC”.

Os 15 países-membros manifestam preocupaçã­o frente à degradação da situação de segurança das agências humanitári­as que trabalham em algumas áreas do Leste do país, principalm­ente nas províncias de Ituri e Kivu do Norte (nordeste da RDC).

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