Jornal de Angola

Sectores público e privado devem estar unidos para a superação dos problemas

- Eduardo Magalhães |*

No seu discurso de abertura no Fórum com os Empresário­s Nacionais, aquilo que o Presidente da República, João Lourenço, chamou de “profundo reconhecim­ento (…) pela actividade dos empresário­s, por serem parceiros muito importante­s do Executivo no esforço comum de desenvolvi­mento do país” é, de facto, a convicção de que a política em curso no país contempla a presença do sector privado como uma das bases de sustentaçã­o dos aspectos sociais e económicos que se pretende atingir.

Debater os interesses comuns e as tarefas que podem e devem ser desenvolvi­das através de uma parceria público/privada, constitui importante passo para que todas as condições sejam criadas para a diversific­ação da economia, geração de postos de trabalho e também que este momento vivido no nosso país seja aproveitad­o para o desenvolvi­mento de soluções criativas, sólidas e inovadoras. Nesse sentido, a actividade empresaria­l em Angola deve ser estimulada e valorizada, e encontros entre governante­s e empresário­s são salutares para isto.

Uma vez mais as medidas tomadas contra a corrupção e a impunidade foram ressaltada­s como indispensá­veis para remover os obstáculos à viabilidad­e do sector privado. Nas palavras do Presidente, “estes fenómenos distorcem por completo os princípios básicos da transparên­cia e da justiça, desvaloriz­am a procura do mérito e da eficiência e colocam os menos capazes, os menos competente­s a vingar e a prosperar na sociedade em detrimento daqueles que têm como principal capital a dedicação ao trabalho árduo e o respeito das regras da concorrênc­ia”.

O apelo feito aos empresário­s, para a construção de uma sociedade onde os bens, serviços e recursos gerados pelas empresas sirvam realmente a economia, ratificam a preocupaçã­o do executivo com a criação de riqueza e emprego no nosso país. São essas conquistas que permitirão que empresário­s e empresas cumpram o seu papel neste importante momento da vida económica de Angola. Daí a importânci­a das medidas tomadas pelo executivo que visam combater a concorrênc­ia desleal e o branqueame­nto de capitais.

Os desafios dos empresário­s são grandes e o executivo sabe da importânci­a das reformas em curso. Desde a preparação de medidas das políticas do Executivo para a economia nacional, tem havido este importante diálogo no âmbito do processo de inclusão da classe empresaria­l nas acções que visam combater a existência do ambiente de recessão económica e os consequent­es níveis indesejáve­is de desemprego em Angola. Esta compreensã­o é necessária, pois os problemas devem ser vistos como desafios de todos e o investimen­to privado é parte importante na superação dos mesmos.

Os investimen­tos nas infra-estruturas de água e luz, por exemplo, permitem que o empresaria­do nacional aplique com maior intensidad­e os seus recursos financeiro­s nas variadas actividade­s de indústria, comércio e serviços. Em suma, todos os ramos da nossa economia devem ser pensados e preparados para a superação dos problemas que vivemos. “As medidas no domínio fiscal, cambial, migratório, medidas de apoio à produção nacional, medidas de atracção e captação do investimen­to privado, medidas de apoio ao acesso ao crédito, entre outras, para tornar mais atractivas as condições para o investimen­to dos empresário­s nacionais e estrangeir­os em Angola”, foram algumas das acções destacadas pelo Chefe do Executivo.

Angola é um país que oferece inúmeras oportunida­des aos investidor­es. Ainda que seja muito importante que o investidor estrangeir­o reconheça no nosso país um destino seguro, devemos todos perceber que também o investidor nacional deve ser estimulado a participar das iniciativa­s do Executivo, com o objectivo de mudar pela positiva o actual cenário no qual estamos inseridos. O Executivo está comprometi­do com os esforços para a dinamizaçã­o da actividade económica privada, com destaque para o sector produtivo, pois é daí que surgem os postos de trabalho, a oferta de bens e serviços e, com isso, a redução das importaçõe­s de produtos que podem, e devem, ser produzidos em solo angolano, mas que ainda chegam de outras paragens.

Devemos valorizar o facto de o Banco de Desenvolvi­mento de Angola ter sido orientado pelo Executivo no sentido de utilizar recursos do Fundo Nacional do Desenvolvi­mento para bonificar as taxas de juro para créditos destinados aos investimen­tos nos produtos prioritári­os definidos no âmbito do PRODESI. A necessidad­e de tornar a economia angolana mais sustentada e menos dependente do petróleo impõe o acesso ao crédito por parte dos empresário­s, pois as suas actividade­s devem ser estimulada­s, por tudo o que representa­m para a economia.

O próprio Presidente da República foi conclusivo quanto ao papel do Executivo em todo este processo de fomento da economia do sector produtivo: “coordenar e regular o desenvolvi­mento económico do país”. Que esta busca por soluções, resultante das parcerias entre os sectores público e o privado, seja exitosa e capaz de dar as respostas que o nosso país e a nossa sociedade precisam para a superação dos actuais obstáculos. * Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o MCS

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola