Corte vertical passa a ser feito em todos os hospitais do país
Tal medida poderá ocorrer com a materialização do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM)
Todas as unidades sanitárias do país vão, no curto prazo, ter serviços de corte vertical, para evitar o contágio do vírus do VIH/Sida da mãe para o bebé. A ministra da Saúde, que avançou o facto, disse que a medida pode ocorrer já com o Programa Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), que prevê uma aposta séria das administrações municipais na melhoria do sector da Saúde. Em visita de três dias à província do Bié, Sílvia Lutucuta falou da campanha “Nascer Livre para Brilhar”, lançada em Dezembro de 2018, pela Primeira Dama da República, Ana Dias Lourenço, que tem como meta a redução da taxa de transmissão do VIH da mãe para o filho de 26 por cento para 14 até 2021. Dados de 2016 indicam que 310 mil pessoas viviam com VIH/Sida em Angola, uma prevalência de dois por cento. Em 2018, 75 mil pessoas estavam no tratamento com anti-retrovirais.
O Executivo prevê, a curto prazo, implementar, em todas as unidades sanitárias do país, os serviços de corte vertical, para evitar o contágio do vírus do VIH/Sida da mãe para o bebé, informou ontem, no Cuito, província do Bié, a ministra da Saúde.
Em declarações à imprensa, no quadro da visita de três dias, a governante esclareceu que, apesar da campanha “Nascer Livre para Brilhar”, lançada no Moxico, em Dezembro de 2018, e haver já resultados positivos, o Governo tem como meta expandir tais serviços em todas as unidades hospitalares do país.
Tal medida, segundo a ministra, poderá ocorrer com a materialização do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que prevê uma aposta séria das administrações municipais na melhoria do sector da Saúde.
Dados estatísticos de 2015 e 2016 estimam que, pelo menos, 310 mil pessoas estejam a viver com VIH/Sida em Angola, uma prevalência actual de dois por cento, segundo o Ministério da Saúde.
Até Dezembro de 2018, estavam registadas cerca de 75 mil pessoas para o tratamento com anti-retrovirais. O Plano Operacional da Prevenção de Transmissão do VIH da mãe para o filho 20192021 e as respectivas metas provinciais e nacional prevêem, igualmente, aumentar a utilização do preservativo pelos jovens de 15 a 24 anos e melhorar a qualidade dos cuidados pediátricos até 2021.
Prevê-se ainda o fornecimento regular de testes rápidos, mais medicamentos nas unidades sanitárias, para facilitar o seu acesso, realização de campanhas de sensibilização e mobilização para incentivar os cidadãos, sobretudo mulheres grávidas, a fazerem testes voluntários, devendo envolver a sociedade civil, empresas públicas e privadas, bem como as ONG.
A província do Bié registou, no primeiro trimestre deste ano, 351 novos casos de VIH/Sida, dos quais 22 em crianças, contra 228 arrolados em igual período do ano passado.
Foram testadas 12 951 pessoas contra a enfermidade nas diversas unidades sanitárias da região, mais 470 em relação a igual período de 2018.
A campanha nacional “Nascer Livre para Brilhar” foi lançada pela PrimeiraDama da República, Ana Dias Lourenço e tem como meta a redução da taxa de transmissão do VIH da mãe para o filho de 26 por cento (em 2019), para 14 até 2021.
Na altura, Ana Dias Lourenço, citando dados da OnuSida de 2017, referiu que Angola regista uma baixa taxa de cobertura dos serviços de transmissão de VIH da mãe para o filho, onde apenas 34 por cento das mulheres grávidas, que vivem com o vírus, recebem terapia com antiretrovirais para não contaminarem o bebé.
A iniciativa da PrimeiraDama da República, Ana Dias Lourenço, alia-se às estratégias do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida que, baseado nas metas e compromissos globais assumidos pelo país, elaborou, recentemente, um Plano Nacional de Aceleração da Prevenção da Transmissão do VIH da mãe para o filho.