Acordo de Paz definitiva em Moçambique assinado hoje
O Governo de Moçambique e a Renamo, principal partido da oposição, assinam hoje o acordo final de paz e reconciliação, anunciou à Lusa fonte da Presidência moçambicana.
De acordo com a mesma fonte, o acordo vai ser assinado na Praça da Paz, em Maputo, às 16h00 locais (15h00 em Angola).
Na passada quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, assinaram o acordo de cessação das hostilidades na Gorongosa, província de Sofala, centro do país, para acabar, formalmente, com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Trata-se do terceiro acordo entre o Governo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), e a Renamo, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e do acordo de cessação das hostilidades militares em 2014, na sequência de uma nova vaga de confrontos entre as duas partes.
No domingo, o líder do braço armado da Renamo que contesta a liderança do partido recusou entregar as armas no quadro do acordo de cessação de hostilidades assinado com o Governo sem que seja eleito um novo presidente da formação política.
“Nós vamos eleger o nosso presidente e só depois é que vamos entregar as armas”, disse Mariano Nhongo, general da Renamo, que deixou um aviso ao Governo e ao actual líder do partido, Ossufo Momade: “Não [nos] enganem, os militares estão do meu lado”.
Falando em teleconferência a partir de Gorongosa para jornalistas na cidade da Beira, centro do país, o líder do grupo autoproclamado Junta Militar da Renamo disse que o acordo assinado na quinta-feira pelo Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e por Ossufo Momade serve para “enganar o povo”, na medida em que o braço armado da Renamo não vai entregar as armas sob liderança do actual presidente do partido.
“A assinatura [de um acordo] é coordenação. Não é só pegar numa caneta e assinar. Está assinar o quê?” — questionou MarianoNhongo,acrescentando há militares da Renamo a abandonar as bases naquela região, onde estavam acantonados.
Questionado sobre um ataque na quarta-feira contra um autocarro de passageiros e um camião em Nhamapadza, a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, Mariano Nhongo disse que não foi obra do grupo que dirige.
“Eu não sou bandido, não me confundam. Estou a reivindicar coisas reais e quando quiser começar com a guerra vou avisar”, acrescentou.
Na ocasião, Mariano Nhongo convocou, uma vez mais, uma conferência de militares do partido para o dia 17, um encontro que servirá, no seu entender, para eleger um novo presidente.
“Estão a assinar um acordo com Ossufo, mas Ossufo não tem militares. Nós vamos escolher o nosso líder e, se não nos deixarem, aí sim vamos pegar em armas”, concluiu.
O grupo exige a renúncia de Ossufo Momade, acusandoo de estar a “raptar e isolar” oficiais da Renamo que estiveram sempre ao lado do falecido presidente do partido, Afonso Dhlakama, que morreu a 3 de Maio do ano passado.
No domingo, o líder do braço armado da Renamo que contesta a liderança do partido recusou entregar as armas no quadro do acordo de cessação de hostilidades assinado com o Governo sem que seja eleito um novo presidente da formação política. “Nós vamos eleger o nosso presidente e só depois é que vamos entregar as armas”, disse Mariano Nhongo, general da Renamo, que deixou um aviso ao Governo e ao actual líder do partido, Ossufo Momade: “Não [nos] enganem, os militares estão do meu lado”.