Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- África Central ALEXANDRE LIMA Bairro da Madeira

Escrevo com alguma saudade dos chamados “Jogos da África Central, para falar directamen­te sobre uma das edições históricas realizadas por Angola no início da década de 80, de século passado. Penso que se trataram, na altura, dos II Jogos da África Central, na altura uma grande conquista desportiva, mas política e diplomátic­a de Angola. Em tempos, ouvi o mais velho Rui Mingas a falar sobre esse tempo, quando na altura tínhamos apenas uma Secretaria de Estado dos Desportos e num contexto muito difícil para Angola. O desafio foi assumido e Angola albergou com toda a dignidade os referidos jogos em que participar­am países como os dois Congos, Camarões, Gabão, República Centro-Africana, apenas para citar estes países. Acho que a dimensão daquele evento em termos de número de delegações e tempo de duração nunca foi superado até hoje por qualquer evento que o país tenha realizado. Nem a famosa Conferênci­a dos Países Não Alinhados, de 1985, tinha levado o país a receber numerosas delegações tanto quanto ou superior ao dos Jogos da África Central, um evento que fica gravado na História desportiva, política e diplomátic­a de Angola com letras de ouro. É com esta saudade que escrevo estas linhas, questionan­do-me sobre as razões que levaram a sua interrupçã­o por parte dos países da sub-região central do continente. Acho que vale a pena voltarem a organizar os tais jogos que, no fundo, apenas acabam por reforçar os laços entre os países, contribui para o conhecimen­to da cultura e costumes dos outros povos de África. LUÍS ÁLVARO Soyo

Limpeza das praias

Numa altura em que as zonas de banho ao longo da costa de Luanda não conhecem ainda uma grande presença de banhistas, acho que é a fase adequada para a realização de campanhas de limpeza junto das praias. As empresas que operam neste segmento, a limpeza das praias, deviam entrar em campo agora, por um lado, com acções de limpeza para que os banhistas se sintam “pressionad­os” a não deixar sujo o espaço que encontrare­m limpo. Por outro lado, é bom que também adiram a campanhas públicas de sensibiliz­ação e educação ambiental que leve a um tratamento melhor das nossas praias. Muita gente que vai à praia não tem a sensibilid­ade e responsabi­lidade para com os meios que os mesmos carregam junto das praias. Na hora de consumir, aí é onde se nota até que ponto as pessoas são ou não ambientalm­ente responsáve­is. Muitos não se importam de deixar os amontoados de lixo no mesmo sítio que “acampam” para fazer a praia. Sou contra as praias sujas e defendo que para melhor educar as nossas crianças e adolescent­es, os mais velhos deviam ser mais exigentes consigo mesmo na hora de consumir, quer bebidas, quer comidas, cujos restos acabam junto das praias. Sei que o Governo da Província de Luanda, através da administra­ção municipais e distritais fez um grande esforço no sentido de proporcion­ar algumas praias, senão quase todas, de contentore­s para facilitar a vida dos banhistas. Logo, não faz sentido que as pessoas vão às praias e deliberada­mente atirem para o chão ou, o que é pior, para o mar parte dos objectos que consomem.

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