Forças Armadas apoiam os acordos
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique garantiram ontem que vão respeitar o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado na semana passada pelo Presidente da República e pelo líder da Renamo, principal partido da oposição. “Reafirmamos a nossa prontidão para o respeito vigoroso à Constituição da República para a consolidação dos esforços empreendidos pelo Presidente da República na busca de uma paz efectiva e sustentável, cujos resultados desfrutamos com a assinatura dos acordos”, disse o ministro da Defesa Nacional, Atanásio Mtumuke na abertura do 20º conselhocoordenadordoministérioquedirigeequevaidecorrer em três dias, revelou a Lusa.
Ainda ontem, o presidente da Renamo, Momade Ossufo, apelou à comunidade muçulmana para ajudar, através de orações, a manutenção da paz, concórdia e bom senso entre os moçambicanos. “Aproveitamos este momento para pedir aos nossos irmãos muçulmanos que tenham presente nas suas preces a benevolência de Alá pelos acordos de cessação das hostilidades”, disse Momade, num comunicado distribuído ontem e ao qual a Lusa teve acesso. A paz e o bom senso devem prevalecer no seio dos moçambicanos, lê-se na nota, difundida por ocasião da celebração do Ide al Uda, também conhecido como festa do sacrifício, uma comemoração muçulmana com a duração de quatro dias.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo assinaram no dia 6 de Agosto o Acordo Definitivo de Paz e Reconciliação Nacional. Trata-se do terceiro entendimento entre as duas partes, uma vez que, além do Acordo Geral de Paz de 1992, que acabou com uma guerra civil de 16 anos, foi assinado em 5 de Setembro de 2014 o acordo de cessação das hostilidades militares, que terminou, formalmente, com meses de con frontos na sequência de diferendos sobre a lei eleitoral.
Após a assinatura do acordo de 2014, o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas voltaram a envolver-se em confrontos.