Uma viagem ao Monte Arafat
No segundo dia
da peregrinação, os fiéis seguem em direcção ao Monte Arafat, a cerca de 20 quilómetros de distância de Meca, podendo subir ao Jabal alRahma, ou Montanha da Misericórdia. Foi ali que o profeta Maomé fez o seu último sermão aos muçulmanos que o acompanharam na peregrinação no final da sua vida, pedindo igualdade entre todos os homens e união entre os muçulmanos.
Por altura do pôr-do-Sol, os peregrinos vão para uma área chamada Muzdalifa, a nove quilómetros de Arafat (a pé ou de autocarro). Passam ali a noite e apanham as pedras pelo caminho que vão usar na lapidação simbólica do Diabo, em Mina, onde os muçulmanos acreditam que ele terá tentado convencer Abraão a não cumprir a ordem de Deus. “Eid al-Adha” Os últimos três dias do Hajj coincidem com o Eid alAdha, ou Festival do Sacrifício, que se assinala em todo o mundo muçulmano. Os fiéis sacrificam animais em memória de Abraão, que, segundo a tradição, estava prestes a matar Ismael quando o anjo Gabriel propôs que sacrificasse um cordeiro no lugar do filho. A carne é dividida em três partes: uma para a família, outra para os amigos e a terceira para os pobres.
É nestes dias que decorre o ritual de lapidação das estrelas que representam o Diabo em Mina. É preciso atirar sete pedras à estrela maior no primeiro dia e 21 pedras nos dias seguintes às três estrelas (a grande, a média e a pequena). Foi durante este ritual que, em 2015, uma fuga em debandada resultou na morte de cerca de 2.300 peregrinos.
A peregrinação acaba com novas voltas à sobre a Kaaba e o fim do “ihram”. Os homens costumam rapar a cabeça e as mulheres cortam uma madeixa de cabelo como sinal de renovação.