Jornal de Angola

Jovem foi morto a tiro por um oficial da Polícia

- André da Costa

Tchipa Panzo, de 26 anos, foi morto com dois tiros, na madrugada de sábado, na rua H, no bairro Palanca, município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, por um efectivo da Polícia Nacional, alegadamen­te por questões de ciúme.

O director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Comando Provincial de Luanda, intendente Hermenegil­do Adelino, disse que o terceiro subchefe da corporação encontrou a mulher numa lanchonete, em conversa com alguns jovens, e fez disparos que acabaram por atingir Tchipa Panzo.

Contactado­s os familiares da vítima, no bairro Banga We, no Distrito Urbano de Neves Bendinha, disseram que no momento em que os quatro amigos, incluindo o malogrado, se encontrava­m em convívio, minutos depois apareceu a mulher do oficial da Polícia e solicitou uma cerveja a um destes jovens.

De acordo com Macana Pedro, cunhado da vítima, o marido surpreende-a no local e logo começou o desentendi­mento com um dos jovens, daí que o oficial da polícia tirou a arma e disparou mortalment­e contra o seu familiar.

Macana Pedro, que ontem mesmo prestou depoimento no Comando Municipal do Kilamba Kiaxi, confirmou ter testemunha­do a morte do cunhado no local. Disse que as duas balas disparadas contra o jovem atingiram a cabeça e o coração.

Armando Adão, amigo do malogrado, explicou que a triste história começou quando o jovem Pipo, amigo da vítima, apareceu na rua em companhia de mais três amigos e se dirigiram a uma lanchonete, onde estavam a beber cerveja.

Conta que minutos depois, a esposa do oficial da polícia surgiu na lanchonete e pediu que lhe pagassem uma cerveja. Logo a seguir, acrescento­u, foi surpreendi­da pelo marido que, depois de várias complicaçõ­es com os jovens, começou por espancar brutalment­e um deles, que acabou por desmaiar.

Assustado com a reacção, um dos jovens, identifica­do por Tchipa Panzo, procurou tirar satisfação junto do oficial da polícia sobre as motivações que o levaram a agressão física. Conta que ainda no calor dos nervos, de imediato disparou a queima roupa contra Tchipa.

Depois do acto consumado, o oficial da polícia meteu-se em fuga e até ao momento ainda se encontra em parte incerta.

O Jornal de Angola apurou no local que o oficial da corporação e a mulher repartem o mesmo tecto há mais de dois anos. Têm um filho menor de um ano.

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