Campanha de bloqueio à poliomielite
Uma campanha de vacinação extraordinária contra a poliomielite ou paralisia infantil, em crianças dos zero aos 5 anos, decorre, desde ontem, em cinco províncias do país, nomeadamente Huíla, Bié, Cuando Cubango, Huambo e Cunene.
Trata-se de uma vacinação de “bloqueio”, que visa “conter” o surto da “pólio” e impedir a progressão, num processo que tem por objectivo erradicar a doença.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esteve nos municípios huilanos do Cuvango, Jamba, Matala e Quipungo, para seguir o processo, segundo a Angop.
Secretários de Estado de vários departamentos ministeriais foram enviados para as províncias envolvidas para seguir a campanha.
O secretário de Estado do Interior, José Bamokina Zau, destacou a importância da vacinação das crianças.
“A vacinação é um acto não só de amor, mas também de cidadania. É um direito adquirido por todas as crianças e faz parte dos 11 compromissos do Governo com a criança”, referiu.
No Cunene, apesar de não se registar qualquer caso de “pólio”, devem ser vacinadas mais de 14 mil crianças. A directora provincial da Saúde, Georgina Nunes, garantiu a mobilização total da população para o êxito da campanha.
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contacto directo com fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e causar paralisia.
No princípio deste mês, a ministra da Saúde esteve no município do Chitembo (Bié), para supervisionar os esforços desenvolvidos para conter a doença.
A maior epidemia de poliomielite em Angola ocorreu em 1999, ano em que foram notificados 1.119 casos e as províncias mais afectadas, na altura, foram Luanda e Benguela.
No mesmo ano, iniciouse o Programa de Vigilância da Poliomielite a nível nacional e, em 2004, fez-se o reforço do sistema de imunização, com a instalação de 460 postos fixos de vacinação e a criação de equipas avançadas e móveis em municípios prioritários.