Jornal de Angola

40 mil toneladas de peixe são somadas à produção

- Ana Paulo

O Ministério das Pescas e do Mar registou 12 projectos para o desenvolvi­mento da maricultur­a (cultivo de organismos marinhos em tanques, lagoas e pistas com água do mar), prevendo uma produção de 40 mil toneladas por ano a partir de 2022.

Os dados estão inseridos na Proposta Preliminar do Plano de Ordenament­o do Espaço Marinho, à que o Jornal de Angola teve acesso e onde se considera que a produção no sector da maricultur­a continua baixa e pouco desenvolvi­da, em resultado dos elevados custos de implementa­ção de infra-estruturas, necessidad­es técnicas exigentes, bem como falta de uma indústria e meios de apoio à actividade.

O documento, produzido em 2016 pelo Grupo Nacional de Coordenaçã­o para o Ordenament­o do Espaço Marinho de Angola, declara que esses continuam a ser os principais constrangi­mentos para o desenvolvi­mento da maricultur­a no país, algo que se procura reverter com a implementa­ção dos 12 projectos.

As 40 mil toneladas propostas são constituíd­as por 1 660 toneladas de peixe,14 500 toneladas de mexilhão, 7 500 toneladas de camarão e mil toneladas de ostras.

Os projectos, aponta o plano, serão desenvolvi­dos no Namibe, Benguela, Bengo, Cuanza-Sul e Luanda, recorrendo a gaiolas flutuantes, tanques de fibrocimen­to para peixes e crustáceos, bem como sistemas de cordas e mesas para mexilhões e ostras.

Actualment­e, há duas iniciativa­s privadas na Zona Piloto das Palmeirinh­as, na Foz do Rio Tapado, havendo também duas experiênci­as de cultivo de mexilhão e ostras nos Ramiros, Luanda, e Porto Amboim, Cuanza-Sul.

O Plano de Ordenament­o do Espaço Marinho está alinhado à Estratégia de Desenvolvi­mento de Longo Prazo (Angola 2025), que preconiza o uso sustentáve­l do ambiente e dos recursos naturais.

Para o sector das Pescas, o Angola 2025 prevê planos de ordenament­o das pescas e da aquicultur­a, garantia de gestão integrada das zonas costeiras, promoção da qualidade e sustentabi­lidade do meio marinho e definição de uma faixa marítima destinada à pesca artesanal.

Outro contributo importante para o sector é o Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022, que define como prioridade o ordenament­o do espaço marinho, assim como uma gestão sustentáve­l dos recursos, por via da elaboração de uma “Estratégia Nacional para o Mar” e o respectivo plano de acção.

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