O criador da Foto Carmona
Carmona Somano é conhecido nas lides da fotografia urbana como um dos mentores do retrato comercial luandense. O renomado artista de imagem, da era pré e pós-Independência, aprendeu a profissão nos laboratórios de fotógrafos portugueses, nos idos anos de 1963.
Durante a década de 1960, colaborou, como “freelancer”, nos jornais “ABC”, “Diário de Luanda”, “Província de Angola”, “Jornal o Comércio” e no CITA (Centro de Informação e Turismo de Angola. A seguir, foi fotografo do Instituto Nacional de Estradas (INE), tendo contribuído para o registo histórico das vias nacionais, entre os anos 1970 e 90. Em 1976, fundou a casa de fotografia “Foto Carmona”, estúdio que se notabilizou na época, nos arredores da Igreja Sagrada Família, bairro Maculusso. À época, outras casas, destacaram-se, igualmente como as fotos Ventura, Zoom, Bel'arte, Feliz ...
“Dada a sua importância, naquela época, fazer fotografia era uma profissão nobre e produzia riqueza e dignidade a quem a exercia. Fui um homem respeitado na altura. Construí a vida e família com os proventos desta arte”, revelou. “Nos anos 70, quem viesse do interior para Luanda tinha a casa Carmona como preferência para fazer fotografia para todos os gostos”, explica o mais velho, 76 anos, com a voz trêmula. A recuperar de trombose, que lhe paralisou parcialmente os membros, superior e inferior, do lado esquerdo, lembra com nostalgia a contribuição das suas imagens para o conhecimento da História de Angola e preservação da identidade das famílias angolanas. Em 1976, fundou a Associação dos Fotógrafos de Angola (AFA), que visa a defesa dos interesses dos associados.