Ensino universitário
É bom que continue a haver debates à volta do nosso ensino universitário, que tem formado muitos quadros superiores, mas nem sempre com as competências necessárias para serem absorvidos pelo mercado de trabalho, em que já não há muitas oportunidades, pelo facto de haver poucas empresas em actividade. As empresas que funcionam, em particular as que são criadas no nosso país por investidores estrangeiros, preferem muitas vezes quadros dos seus países, porque entendem que os nossos técnicos não são capazes de satisfazer as suas exigências. Há quem defenda que o desemprego no continente não vai diminuir porque os investidores estrangeiros preferem empregar nos países africanos em que se instalam técnicos oriundos dos seus países. Não acredito que todos os técnicos formados em Angola não tenham capacidade para realizar certo tipo de tarefas, embora reconheça que há muitas debilidades ao nível do nosso ensino superior. Há países que para reduzir a taxa de desemprego obrigam por lei investidores estrangeiros a empregar certa quota de técnicos nacionais. Uma das vias para se acabar com o desemprego é o surgimento de muitas empresas, pequenas e médias. No futuro, o sector empresarial privado vai ter de ser um grande empregador, já que o Estado quer concentrarse sobretudo em investimentos virados para a construção ou reabilitação de infra-estruturas, para viabilizar a actividade produtiva das empresas. AFONSO PINHO Cassenda