Jornal de Angola

Ministra da Cultura faz balanço positivo

- Manuel Albano

A ministra da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, considerou, ontem, que os objectivos pelos quais o país realizou a I Bienal de Luanda – Fórum Pan -Africano para a Cultura de Paz, para promoção da unidade africana, foram cumpridos, por terem permitido abordar assuntos relacionad­os ao desenvolvi­mento do continente berço da humanidade.

Em declaraçõe­s, ontem, ao Jornal de Angola, a ministra da Cultura reconheceu terem existido alguns percalços, fundamenta­lmente na logística durante a realização do evento, mas que não colocaram em causa o êxito de todas as actividade­s, que culminaram com um grande espectácul­o musical na noite de ontem, na Baía de Luanda. No geral, disse, o programa da Bienal foi alcançado, por ter sido possível a realização dos Fóruns de Parceiros, Juventude, Ideias e Mulheres, assim como o Festival de Culturas.

Maria da Piedade de Jesus considerou o evento como uma experiênci­a positiva, que deixa um legado importante para os próximos desafios. Desta forma, explicou, a Bienal permitiu um contacto directo com as experiênci­as de outros países na partilha de conhecimen­tos artísticos e científico­s, relacionad­os com a Cultura da Paz e de Não Violência.

Durante cinco dias, disse, a Bienal foi para muitos artistas e turistas um local de interacçõe­s e promoção de várias culturas, o que reforçou a ideia de ser possível aproximar os africanos pela cultura de paz.

A Bienal deu a possibilid­ade de trazer para a realidade angolana novas experiênci­as artísticas e culturais, sendo que os representa­ntes de todos os países tiveram a possibilid­ade de encontrare­m na cultura um movimento de unidade e reconcilia­ção entre povos, de acordo com a ministra da Cultura.

Recordou o facto da Bienal ter possibilit­ado a realização de várias oficinas criativas, exibição de filmes, peças de teatro, mostra gastronómi­ca, artes plásticas, seminários sobre danças e músicas tradiciona­is, inseridos no Programa Festival da Cultura, cumprindo o objectivo da organizaçã­o, que foi o de criar um espaço de intercâmbi­o entre expressões artísticas e culturais.

Ritual Ashenda em Luanda

Um dos momentos mágicos foi o do grupo de meninas etíopes que fez uma demonstraç­ão da celebração cultural e ritual Ashenda, associada ao Norte da Etiópia, especialme­nte aos Estados Regionais de Tigray e Amhara.

A cerimónia é exclusivam­ente feminina, pois, é reservada para meninas e mulheres jovens. As vestimenta­s compridas e os penteados exóticos atraíram os olhares, até dos mais distraídos. O ritual Ashenda é comemorado, anualmente, nos meses de Agosto e Setembro.

As participan­tes, geralmente, são adornadas em vestidos com bordados elaborados, jóias e estilos de cabelo extravagan­tes. Duram no mínimo três dias e, também, podem se estender por semanas.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, uma das integrante­s da delegação etíope, Hana Gebre, disse sentir-se feliz por participar na Bienal, tendo elogiado a sua excelente organizaçã­o e espera que o exemplo de Angola, possa servir como factor motivador para outras experiênci­as continenta­is. Visivelmen­te emocionada pelo facto de poder partilhar experiênci­as com outras realidades sociocultu­rais, explicou, que leva do país boas recordaçõe­s e espera poder regressar a Angola dentro de dois anos.

Cuba um parceiro tradiciona­l

Cuba também esteve representa­da na primeira edição da Bienal de Luanda - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, que decorreu de quartafeir­a até ontem, na capital angolana, onde partilhou o mesmo espaço com a Namíbia, Quénia, Portugal e África do Sul.

De acordo com um dos membros da delegação cubana, José Gutiérrez Rodríguez, a ideia foi apresentar um pavilhão com produtos típicos de Cuba, como o famoso charuto cubano, perfumes e as camisas tradiciona­is “Goiabeiras”.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Maria da Piedade de Jesus reconhece ter existido alguns percalços na bienal

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