Detidas três pessoas por preparar golpe de Estado
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, questionou, ontem, o paradeiro do dinheiro que entra diariamente nos cofres públicos e criticou os que sequestraram o país em “seu proveito pessoal” por inverterem os valores morais guineenses.
“Hoje, os nossos irmãos que sequestraram o nosso país em seu proveito pessoal, inverteram todos aqueles valores que para nós são sagrados e no seu lugar hastearam as bandeiras do ódio, rancor, vingança, maldade, egoísmo da intriga, inverdades, cujo objectivo foi sempre lutar e a qualquer preço para chegar ao poder, mantendo o nepotismo e os luxos a que se habituaram”, afirmou José Mário Vaz.
O Chefe de Estado guineense discursava no Palácio da Presidência por ocasião do 46º aniversário da proclamação da independência da Guiné-Bissau.
“Estes são os males de que padece hoje a nossa sociedade. Estes são também os fenómenos nocivos contra os quais eu tenho lutado ao longo do meu mandato como Presidente da República. Por isso colhi tantos e tão ferozes inimigos, tanto internos, como externos”, salientou José Mário Vaz.
No discurso, o Chefe de Estado disse que sempre defenderá os mais fracos que “reivindicam os seus direitos de melhores condições de trabalho e o direito a um salário que deveriam receber todos os meses”.
“Para onde foram os nossos recursos internos ou seja as receitas diárias da nossa Direção-Geral das Alfândegas, sobretudo a receita da campanha da castanha de caju, as receitas diárias da Direção-Geral de Contribuições e Impostos, os fundos autónomos e os apoios orçamentais?”, questionou o Presidente guineense.
Lembrando que aquele dinheiro faz falta nas escolas, hospitais e infra-estruturas, o Chefe de Estado pediu à Inspeção-Geral das Finanças, ao Tribunal de Contas, à comissão para os assuntos económicos do Parlamento e à Justiça para “assumirem as suas responsabilidades”.