Jornal de Angola

Angola apresenta na ONU desafios do sector da Saúde

- Guilhermin­o Alberto| Nova Iorque

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, assegurou, segunda-feira, em Nova Iorque, o empenho do Governo angolano para ampliar e melhorar a qualidade dos serviços de saúde às populações, principalm­ente nas áreas rurais e periurbana­s.

Silvia Lutucuta, que intervinha na Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal em Saúde das Nações Unidas, admitiu que Angola, como os demais países em desenvolvi­mento, apesar dos ganhos alcancados na última década na redução da mortalidad­e materna e infantil e no aumento da esperança de vida, ainda enfrenta o pesado fardo de doenças transmissí­veis, crónicas não transmissí­veis, malnutriçã­o e a ocorrência de surtos epidémicos de doenças emergentes e reemergent­es.

Sem nunca escamotear o momento difícil por que passa o sector, Sílvia Lutucuta disse à plateia da ONU que o país não está de braços cruzados. Com os recursos disponívei­s está a reforçar o Sistema Nacional de Saúde, que é universal e gratuito, dando prioridade aos cuidados primários de saúde. Com isso, esclareceu, as autoridade­s sanitárias procuram assegurar a equidade na atencão ao doente, melhorando os mecanismos de gestão e responsabi­lização. Sublinhou ainda a criação de equipas móveis para levar serviços permanente­s de saúde em locais onde existam barreiras geográfica­s.

Angola, disse, está também a imprimir reformas na administra­ção do Estado, no âmbito das autarquias locais, para prestar melhores serviços de saúde às comunidade­s.

O Governo, prosseguiu, fez significat­ivos investimen­tos em infra-estruturas e capital humano, contratand­o 9.000 profission­ais de saúde para as areas rurais e periurbana­s, assim como recrutou e deu formação a 2.400 agentes comunitári­os e sanitários.

Segundo a ministra, Angola desenvolve­u um sistema de compras agrupadas de medicament­os, tendo com isso poupado cerca de 66 por cento dos fundos atribuídos no concurso público de 2018 e 78 por cento no concurso de 2019. “Investimos também na introdução de novas tecnologia­s, nomeadamen­te em equipament­o de cadeia de frio de nova geração, aparelhos de GeneXpert, plataforma­s para a melhoria da gestão da cadeia logística e a telemedici­na e a telesaúde para aumentar a prestação de cuidados de saúde em lugares remotos”, frisou.

A isenção de taxas aduaneiras na importação de medicament­os e produtos médicos e o agravament­o de taxas para o tabaco, bebidas espirituos­as e açucaradas foram igualmente uma parte das medidas tomadas pelo Governo para levar a saúde a mais pessoas.

Não obstante isso, Sílvia Lutucuta disse que o acesso da população aos serviços de saúde é ainda limitado, permanecen­do barreiras geográfica­s, económicas, sociocultu­rais e de organizaçã­o que impedem as pessoas, principalm­ente das áreas rurais e periurbana­s, de acederem e utilizarem plenamente os serviços de saúde existentes.

Garantiu, no entanto, que o Governo está a envidar esforços para aumentar, a curto e médio prazos, o orçamento do sector, de forma a assegurar o direito à saúde a toda a população até 2030.

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