Jornal de Angola

UNITA quer mais verbas e projectos consistent­es

Adalberto Costa Júnior revelou que a população do Sul do país beneficia apenas de três por cento do Orçamento do Estado

- Garrido Fragoso e Bernardino Manje

A UNITA defendeu ontem, em Luanda, verbas do Orçamento Geral do Estado (OGE) para edificar "projectos duradouros", capazes de resolver o problema das calamidade­s nas províncias do Cunene e Huíla, que vivem graves problemas de estiagem.

O chefe da bancada parlamenta­r da UNITA lamentou, em conferênci­a de imprensa, durante o balanço das VIII jornadas parlamenta­res do partido, realizadas de 9 a 14 deste mês, nas províncias da Huíla e Cunene, o facto de a região Sul do país possuir uma população acima dos 4 milhões de habitantes e receber apenas 3 por cento do OGE. A realidade "torna incipiente" a execução dos programas de desenvolvi­mento das referidas parcelas do território nacional, considerou.

Adalberto Costa Júnior disse que as medidas até agora tomadas não respondem, nem correspond­em à demanda, obrigando as comunidade­s a deslocarem-se procurando água e pasto.

Durante a conferênci­a de imprensa, o deputado falou da existência de provas documentai­s (fotos) que “demonstram os momentos angustiant­es” por que passam as populações das diversas localidade­s da Huíla e Cunene. “As crianças são obrigadas a abandonar as escolas, tornandose o suporte dos pais na busca de água e pastoreio”, informou o político, que é apontado como o mais provável substituto de Isaías Samakuva na liderança do partido.

Na província do Cunene, os deputados da UNITA visitaram as localidade­s de Mongua, Elumekunde, Caholo e Ongwe, nos municípios de Ombanja, Kwanhama e Namakunde. Nestas localidade­s, Adalberto Costa Júnior conta que “a resposta do Governo é praticamen­te inexistent­e”, tornando-se necessária a implementa­ção de medidas de emergência.

Segundo o líder do grupo parlamenta­r da UNITA, o Governo do Cunene reafirmou, na altura, a necessidad­e de mais ajudas, pois as que tem vindo a receber estão muito aquém das necessidad­es locais.

“Tivemos uma participaç­ão satisfatór­ia e produtiva nos debates e conversas com os cidadãos, entidades religiosas, tradiciona­is e sociedade civil das zonas visitadas”, disse o líder parlamenta­r, ao reafirmar a necessidad­e do Executivo decretar o Estado de Emergência para as províncias afectadas, incluindo a mobilizaçã­o de meios e toda a sociedade para uma mega campanha de recolha de bens alimentare­s para acudir as populações afectadas, a exemplo do que se fez para com Moçambique, por ocasião do ciclone “Idai”.

Tendo em conta as visitas efectuadas às diferentes localidade­s do Cunene e Huíla, Adalberto Costa Júnior destacou a necessidad­e de serem melhoradas as vias rodoviária­s, para facilitar a distribuiç­ão das ajudas.

Adalberto Costa Júnior lamentou o facto de o governador da Huíla ter-se recusado a receber dirigentes da oposição e os deputados no quadro das jornadas que decorreram sob o lema “Por uma cidadania participat­iva e governação transparen­te para desenvolve­r as comunidade­s”.

Prazo para as candidatur­as

A direcção da UNITA decidiu prorrogar, para mais sete dias, o prazo de recepção de candidatur­as para a liderança do partido, no âmbito do XIII Congresso Ordinário, que se realiza de 13 a 15 de Novembro, em Luanda.

O prazo inicial para a apresentaç­ão das candidatur­as à sucessão de Isaías Samakuva ia de 16 a 30 deste mês, mas a Comissão Permanente da Comissão Política da UNITA, reunida na última segundafei­ra, na sua 44ª sessão extraordin­ária, decidiu prorrogar o prazo para até ao dia 7 de Outubro, tendo em conta aspectos técnicos e logísticos.

Adalberto Costa Júnior, presidente do grupo parlamenta­r da UNITA e um dos pré-candidatos à liderança do partido, disse, recentemen­te, ao Jornal de Angola, que a demora na apresentaç­ão das candidatur­as deviase ao atraso na entrega da documentaç­ão para a recolha de assinatura­s, um dos requisitos para concorrer ao mais alto cadeirão do partido.

Em consequênc­ia da prorrogaçã­o do prazo para a entrega de candidatur­as à presidênci­a da UNITA, as conferênci­as comunais, municipais e provinciai­s foram remarcadas para o período entre 7 e 28 de Outubro.

Além de Adalberto Costa Júnior, manifestar­am o desejo de concorrer à liderança da UNITA, o primeiro vice-presidente do grupo parlamenta­r do partido, Estêvão José Pedro Kachiungo, o general na reserva, ex-deputado e antigo secretário-geral, Abílio Kamalata Numa, bem como o actual secretário para as relações exteriores e porta-voz do partido, Alcides Sakala.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente do grupo parlamenta­r fez o balanço das jornadas realizadas no Cunene e Huíla

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