Há dois anos reinava a expectativa
Num dia como hoje, no ano de 2017, o povo angolano aguardava expectante pelo dia seguinte (26 de Setembro), que marcaria a investidura de João Lourenço, no cargo de terceiro Presidente da República de Angola, em decorrência das eleições gerais realizadas a 23 de Agosto do supra mencionado ano.
Entre os olhares e mentes vendadas num passado em que “tudo era possível”existia o prazer de recuperar a esperança de uma maioria cujos sonhos viveram oprimidos na vontade da satisfação do capricho de uns poucos que se sentiam donos da palavra privilégio, na mais ampla interpretação do conceito atribuído ao referido termo.
O que viria a ser o dia seguinte, poucos, aliás, muito poucos sabiam, secretismo este desvendado pelo discurso de tomada de posse do Presidente João Lourenço, num primeiro e evidente sinal de que, afinal, é possível materializar a máxima “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.
Como as peças, que preferem o conforto dos anos de ferrugem e desprezam a imensidão da dor no dia da sua retirada compulsiva, existiam os que insistiram manter a postura de “isso ainda é nosso”, num contexto em que o discurso do Presidente ora empossado era clarividente, em referência às linhas que marcariam a vida de Angola e dos seus habitantes.
A referência à atenção que estava reservada para a Justiça angolana, no sentido de lhe ser devolvido um papel central no resgate do sentimento de confiança nas instituições do Estado, foi ignorada por muitos que, infelizmente, hoje sentem o sol a nascer quadrado, como se diz na gíria, sem que estejamos a manifestar satisfação pelo sofrimento de outrem.
Hoje, quase ao meio dos cinco anos de mandato, dentre várias certezas, uma delas se prende com a firme convicção de que Angola nunca mais voltará a ser a mesma, para alguns tida como propriedade privada ou um arco íris, onde tudo pudesse acontecer ao sabor do capricho de quem interpreta mal o conceito de servidor público.
E caso se entenda este exercício como um balanço dos dois anos de mandato da liderança do Presidente João Lourenço, das verdades sublimes pelas quais todos os angolanos de bem devem estar alinhados, alista-se como prioritário o combate ao crime económico e à corrupção que grassa em algumas instituições, em diferentes níveis.
Para sermos mais concretos, qualquer pessoa de bem, por esta altura, não pode estar satisfeito com a volatilidade apresentada, por exemplo, com o preço e qualidade do pão, entre nós ainda dos produtos mais consumidos, para não dizermos mesmo “sagrado”.
E com um pouco de mais coragem e patriotismo em alta, conhecendo os “gurus” da cadeia de panificação, facilmente se conclui que, se não existe crime económico ao meio, pelo menos há uma deliberada intenção de tornar complicada a vida do pacato cidadão, em volta a desejos inconfessos, não poucos deles, com aditamentos para lá do segmento comercial/empresarial.
Esta conclusão, ainda que interpretada como um texto encomendado (o que não é o caso para quem conhece bem as nossas reflexões), pode ser uma tendencial e verdadeira acção que visa criar instabilidade económica e quiçá social, bem como manter saudades de um tempo em que, em certos casos, se cristianizou o banal.
Confortamos a posição acima exposta com informações recentes prestadas pelo ministro do Comércio, para quem não existem razões objectivas para a subida do preço dos produtos da cesta básica, que se assiste na cadeia de comercialização angolana de bens, com os embaraços daí advenientes.
Estamos certos que dois anos de mandato não é tempo suficiente para ser feito tudo, mas olvidar que alguma coisa mudou e que a nova Angola que se constrói será diferente da do passado, é obra de quem tem pactos com tudo e todos, menos com o bem, que deve ser uma preocupação de todos os seres humanos.
Chegados aqui, o apelo é reiterado à toda a sociedade angolana, para que sejam cerradas fileiras em torno das medidas que estão a ser implementadas para “colocar Angola, rapidamente quanto possível, no mesmo patamar em que se encontram as Nações empenhadas em promover o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar dos seus povos, através de boas práticas de governação”, como há dias apontou o Presidente João Lourenço, nos Estados Unidos da América.
Hoje, quase ao meio dos cinco anos de mandato, dentre várias certezas, uma delas se prende com a firme convicção de que Angola nunca mais voltará a ser a mesma