Jornal de Angola

Rei confirma novas eleições em Espanha

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O Boletim Oficial do Estado espanhol publicou, ontem, o Decreto real de dissolução das Cortes e de convocação de eleições para 10 de Novembro, sendo estipulado que o novo Parlamento se reúne a 3 de Dezembro.

A publicação, no órgão oficial correspond­ente ao Diário da República em Angola, do texto assinado por Felipe VI foi feita no dia seguinte à data limite para que um candidato fosse investido chefe do Governo. A Constituiç­ão espanhola estabelece que, se dois meses após a primeira investidur­a, que ocorreu em 23 de Julho último, nenhum candidato for investido, o rei dissolve o Parlamento e convoca novas eleições.

Como se trata de uma repetição de eleições e assim como está previsto na Constituiç­ão, o Decreto estipula que a campanha eleitoral tenha apenas uma semana, de 1 a 8 de Novembro, e com subsídios aos partidos reduzidos para metade, com a ida às urnas a ser marcada para dois dias depois, 10 do mesmo mês.

As duas câmaras das Cortes (Parlamento) - Congresso dos Deputados e Senado - terão a sua sessão constituin­te em 3 de Dezembro.

Nas eleições realizadas em 28 de Abril último o Parlamento ficou fragmentad­o entre cinco partidos com mais de 10 por cento dos votos: o PSOE (socialista­s) obteve 123 deputados (28,68 por cento dos votos), o PP (direita) 66 (16,70 por cento), o Cidadãos (direita liberal) 57 (15,86 por cento), a coligação Unidas Podemos (extrema-esquerda) 42 (14,31 por cento) e o Vox (extremadir­eita) 24 (10,26 por cento).

Na semana passada, Felipe VI desistiu de propor um candidato a chefe do Governo depois de mais de quatro meses de tentativas sem sucesso em que o actual Primeiro-Ministro socialista, Pedro Sánchez, tentou obter o apoio do Unidas Podemos.

O PSOE defendeu até ao último minuto um acordo “à portuguesa” - acordo parlamenta­r com Governo exclusivam­ente socialista - enquanto o Unidas Podemos defendia uma coligação governamen­tal com ministros da extrema-esquerda. As sondagens indicam que, para as quartas legislativ­as nos últimos quatro anos, os partidos tradiciona­is, PSOE e PP estão a subir na intenção de votos dos espanhóis, mas deverá continuar a haver dificuldad­e em formar um Governo estável, sem uma maioria clara no bloco de esquerda ou de direita.

Vitória para Sánchez

A instância judicial rejeitou ontem o recurso apresentad­o pela família do general Francisco Franco, dando assim luz verde a uma das medidas estrela do Governo de Pedro Sánchez em plena pré-campanha para as novas eleições de 10 de Novembro.

O Supremo Tribunal espanhol deu aval para que os restos mortais de Francisco Franco sejam retirados do Vale dos Caídos e sejam transferid­os para o cemitério de El Pardo. Com esta decisão, o tribunal rejeita um recurso apresentad­o pela família de Franco, dando luz verde a uma das medidas mais emblemátic­as do Governo de Pedro Sánchez.

A 15 de Março último, o Governo já tinha decidido exumar os restos mortais do antigo “ditador”, que estão no Vale dos Caídos, para o cemitério de Mingorrupi­o, na povoação de El Pardo, também nos arredores de Madrid. Aí Franco ficará ao lado da mulher, Carmen Polo.

A decisão do Supremo foi tomada por unanimidad­e, com os juízes a rejeitarem o recurso da família que queria que se fosse exumado, o corpo fosse depois enterrado na cripta da catedral de La Almudena, onde a filha comprou uma sepultura.

A transferên­cia do corpo devia já ter sido realizada em 10 de Junho, mas o Supremo Tribunal espanhol decidiu suspender, de forma cautelar, o plano do Governo, enquanto não houver decisões sobre vários recursos apresentad­os, principalm­ente pela família do ex-dirigente espanhol. Os familiares estão contra a transferên­cia do corpo e insistem que apenas poderiam considerar a exumação para a catedral de Almudena (Madrid), possibilid­ade que já tinha sido rejeitada pelo Executivo espanhol.

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DR Pedro Sánchez não conseguiu apoio para formar o Governo

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