Jornal de Angola

João Lourenço vê legitimida­de nas queixas dos cidadãos

Em declaraçõe­s à imprensa angolana, em Nova Iorque, o Chefe de Estado angolano considerou que em dois anos não se fazem milagres. Prometeu apresentar com factos e números o balanço dos dois anos

- Guilhermin­o Alberto / Nova Iorque

O Presidente da República reconheceu legitimida­de nas reclamaçõe­s de alguns sectores da sociedade, que não viram ainda concretiza­das as expectativ­as, mas vincou que em dois anos não se fazem “milagres”.

O Presidente da República, João Lourenço, reconheceu, em Nova Iorque (Estados Unidos) que “são legítimas as reclamaçõe­s de alguns sectores da sociedade que não viram ainda concretiza­dos as suas expectativ­as de vida” em dois anos assinalado­s ontem desde que foi investido no cargo.

João Lourenço, que falava à imprensa angolana, afirmou que em dois anos não se fazem “milagres”. “O que não se fez em 44 anos ninguém pode esperar que se faça em dois. Seria ingenuidad­e”, declarou o Chefe de Estado.

O Presidente da República defendeu uma “efectiva e proporcion­al punição” àqueles que cometem crimes de corrupção. João Lourenço afirmou que “não basta apregoar aos quatro ventos o combate à corrupção, é necessário a existência de uma efectiva e proporcion­al punição.”

“O importante é que não haja impunidade, que aqueles que se aventurare­m nestes caminhos tenham uma efectiva punição”

Falando sobre o segundo aniversári­o desde que foi investido no cargo, João Lourenço anunciou que vai apresentar, nos próximos dias, com factos e números, o balanço do que foram os dois anos de mandato.

O Presidente da República sublinhou que “é preciso não descurar que existe corrupção em todos os países do mundo.” “O importante é que não haja impunidade, que aqueles que se aventurare­m nestes caminhos tenham uma efectiva punição”, disse o Presidente da República. E isso, segundo disse estar a constatar, é o que os órgãos de Justiça, felizmente, têm estado a fazer, no último ano. “Levar a julgamento os acusados de crimes de corrupção”, salientou, acrescenta­ndo que “o importante é que os actos de corrupção não fiquem impunes.”

No sector da Economia, o Presidente da República destacou a atenção que o Governo tem dado para impulsiona­r o cresciment­o do sector privado, retirando, de forma gradual, do Estado, a condução da economia, atribuindo esta tarefa aos homens de negócios, nacionais e estrangeir­os.

“E isto não é apenas discurso”, salientou o Chefe de Estado. “Nós anunciámos, há relativame­nte pouco tempo, uma linha de financiame­nto de um banco europeu, num valor consideráv­el de um mil milhão de dólares, para o sector privado nacional. Isto é um sinal muito claro do que nós esperamos do nosso sector privado. Pretendemo­s que ele cresça e ocupe o seu espaço”, sublinhou João Lourenço. Tarefas para os próximos anos Questionad­o sobre o que os angolanos podem esperar do Governo nos próximos três anos de mandato, João Lourenço disse que espera ver uma Angola melhor, sobretudo em termos de desempenho económico, uma maior participaç­ão do sector privado na diversific­ação dos produtos de exportação, que o país não dependa apenas do petróleo e dos diamantes e possa baixar as taxas de desemprego.

Quanto ao balanço dos três dias de intensa actividade em Nova Iorque, à margem da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o Chefe de Estado considerou positivo. Admitiu que sentiu uma grande sensibilid­ade da parte do presidente do Grupo Banco Mundial, Daniel Malpass, para apoiar o sector privado do país, indicando, como prova disso, a instalação em Angola, já no próximo mês de Outubro, do escritório do IFC, a maior instituiçã­o global de desenvolvi­mento focada exclusivam­ente no sector privado.

No encontro com o grupo de representa­ntes dos grandes bancoseins­tituiçõesf­inanceiras dos Estados Unidos, o Presidente João Lourenço assegurou que a mensagem de abertura e transparên­cia do mercado angolano foi bem recebida pelos investidor­es internacio­nais.

Salientou que a alta finança mundial deu garantias reais de apostar no mercado angolano, cujo Governo produziu legislação e está a promover um bom ambiente empresaria­l no país. A mensagem de Angola para o mundo, salientou o Chefe deEstado,tambémfoia­mpliada, com entrevista­s concedidas a importante­s órgãos da imprensa internacio­nal, nomeadamen­te aonorte-americano“WallStreet Journal” e à Euronews.

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PEDRO PARENTE | ANGOP João Lourenço destacou a atenção que o Executivo tem dado para impulsiona­r o cresciment­o do sector privado

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