COM INÍCIO EM OUTUBRO
Búlgara nomeada para directora-geral do FMI
A búlgara Kristalina Georgieva tornou-se quarta-feira a segunda mulher a ser nomeada directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou o Conselho de Administração da instituição em Washington.
Georgieva, 66 anos, era a única candidata ao cargo e beneficiou de uma mudança nos estatutos do FMI relativa ao limite de idade, permitindo que a sua candidatura fosse válida. O seu mandato no FMI terá a duração de cinco anos e começa a 1 de Outubro.
Com a saída da francesa Christine Lagarde da liderança do FMI, após oito anos como o principal rosto da instituição com sede em Washington, nos Estados Unidos, Kristalina Georgieva foi no início de Agosto a escolha da Europa para a suceder.
“Assumo as minhas novas funções consciente dos grandes desafios que tenho. O crescimento económico mundial continua a decepcionar, as tensões comerciais persistem e o peso da dívida é maior em muitos países”, declarou Georgieva citada num comunicado.
“Neste contexto, a minha prioridade imediata na liderança do FMI será ajudar os países membros a minimizarem o risco de crise e a prepararem-se para enfrentar a desaceleração económica”, acrescentou a economista.
Kristalina Georgieva tem uma sólida experiência em finanças internacionais, beneficiando também do estatuto de mulher e cidadã de um país da Europa oriental. Depois de 2017, foi a directora executiva do Banco Mundial, onde fez a maior parte da sua carreira e onde ganhou experiência no dossier do ambiente, ao desempenhar funções nas áreas do desenvolvimento sustentável, especialmente em questões agrícolas.
A economista também desempenhou o cargo de comissária europeia para a ajuda humanitária, entre 2010 e 2014, quando teve de substituir a inicial candidata da Bulgária.
Kristalina Georgieva também assumiu o cargo de vicepresidente da Comissão Juncker, entre 2015 e 2016, como responsável pelo orçamento e recursos humanos.
Adquiriu reputação de alta funcionária enérgica e tenaz, podendo ser dura ao defender dossiers que considere extremamente importantes, de acordo com um diplomata citado pela agência France-Presse.
Recentemente, Kristalina Georgieva foi nomeada como possível sucessora do polaco Donald Tusk na presidência do Conselho Europeu, cargo que acabou por ser atribuído ao belga Charles Michel no início de Julho.
Em 2016, a diplomata que fez valer as suas capacidades de persuasão e conseguir consensos, foi finalista inesperada na eleição para o cargo de Secretário-Geral da ONU, atribuído, no final, ao português António Guterres.
Kristalina Georgieva completou 66 anos no dia 13 de Agosto, ultrapassando o limite de idade de 65 anos imposto pelos estatutos do FMI desde 1951.
O Fundo Monetário Internacional anunciou que o Conselho de Administração da instituição vai realizar reuniões com Georgieva para uma nomeação que deverá estar concluída até ao dia 4 de Outubro.