Devolver o que tirou ao mundo
O resto da história da Microsoft é bem conhecido: Windows, Office, Encarta e um domínio quase total do mundo dos computadores pessoais. Rivais como Apple ou IBM nada eram ao lado da companhia de Bill Gates até os anos 2000. Gates deixaria a sua empresa em 2008, mas não exactamente na melhor situação.
Na altura, a Apple não só ressurgiu como fabricante de computadores e software, como estava prestes a tornar-se líder mundial com a ajuda do iPhone. A Google já era uma força temível. E os novos players, como o Facebook ou a Amazon, começariam a prejudicar uma empresa com uma grande crise de identidade.
A Microsoft cometeria um de seus maiores erros como empresa com o lançamento do seu próprio sistema operativo móvel, o Windows Phone, que nunca se tornou num grande rival para a Google ou a Apple, e encadeou isso com uma versão mal conseguida do Windows, que gerou muitas dúvidas sobre o seu futuro. Como uma empresa de computadores sobreviveria no mundo móvel?
Quase 12 anos depois, a Microsoft está num bom momento, porque redireccionou os seus negócios muito bem para os serviços digitais e para a nuvem. Por sua vez, aprendeu a colaborar com outros agentes e concorrentes para melhorar esses serviços, sejam eles a Apple, Amazon ou Google.
Mas enquanto a Microsoft prospera, Bill Gates dedicou todos os seus esforços à luta contra a poliomielite, quase erradicando-a com ajuda internacional e um investimento significativo da sua fortuna pessoal. Jeff Bezos pode ser o homem mais rico do mundo, mas Bill Gates doou mais de 34,6 mil milhões da sua fortuna para instituições de solidariedade, algo com o qual Bezos não pode competir neste momento.
Apesar de ter um passado questionável e no qual foi capaz de prejudicar muitas pessoas e colegas ao longo do caminho, Bill Gates parece ter encontrado uma maneira de devolver algo ao mundo.