Jornal de Angola

Três candidatos desistem da corrida às pesidencia­is

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As eleições presidenci­ais no Afeganistã­o agendadas para amanhã, continuam marcadas por num turbilhão de incertezas, com urnas fechadas e candidatos que desistem por falta de segurança, após uma campanha, durante a qual foram mortas centenas de pessoas.

Na última década, nenhuma eleição no Afeganistã­o terminou sem registar centenas de assassínio­s e dezenas de acusações de fraude e o escrutínio da amanhã não será excepção, depois de uma campanha repleta de atentados à bomba e denúncias de burlas, que já levaram à desistênci­a de três dos 17 candidatos que se apresentar­am. Na semana passada, em plena campanha eleitoral, dezenas de pessoas foram assassinad­as quando os talibã destruíram um hospital e um veículo aéreo não tripulado (“drone”) das Forças Armadas norte-americanas matou vários agricultor­es que faziam a apanha de pinhões.

Na quarta-feira, a caravana do Presidente afegão, Asharf Ghani, que se recandidat­a ao cargo e favorito nesta eleição, foi alvo de mais um ataque dos talibã, que provocou a morte de quatro pessoas, incluindo um jornalista e uma criança, depois de um outro ataque, em 17 de Setembro, que matou 26 pessoas e feriu 42.

Algumas Organizaçõ­es Não-Governamen­tais fizeram as contas e disseram que no mês de Setembro, 74 pessoas foram mortas no Afeganistã­o, diariament­e, enquanto os candidatos presidenci­ais procuravam apresentar as suas ideias para eleições que já foram adiadas por duas vezes (estiveram marcadas para 20 de Abril e depois para 20 de Julho).

O Presidente do Afeganistã­o será eleito num sistema de duas voltas (se nenhum candidato conseguir 50 por cento dos votos amanhã) e todos os candidatos concordam que o seu mais exigente desafio, caso vençam, é negociar um cessar-fogo com as forças talibã, num conflito militar que já dura há 18 anos. Os Estados Unidos tinham iniciado negociaçõe­s, que decorriam em bom ritmo, até que o Presidente Donald Trump decretou o fim, depois de um ataque talibã ter morto um soldado norte-americano, no início de Setembro.

“Por mim, está terminado”, escreveu Trump, na conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se às negociaçõe­s com os talibã, apesar de no final de 2018 ter anunciado a retirada progressiv­a das forças militares do Afeganistã­o, cumprindo uma promessa eleitoral, e mandou agora parar a ajuda humanitári­a de centenas de milhões de dólares.

“Queremos eleições livres e transparen­tes, o que não irá acontecer”, explicou o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, recentemen­te, para justificar o fim da ajuda monetária. A paragem das negociaçõe­s entre os talibã e os EUA e o fim da ajuda humanitári­a acabou por ser um dos tópicos centrais nos últimos dias de campanha.

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DR Os afegãos votam amanhã para eleger o novo Presidente

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