Jornal de Angola

14 mil pessoas morreram este ano com VIH/Sida

No presente ano, o índice de prevalênci­a da doença é de dois por cento, segundo dados da Agência especializ­ada da ONU

- Kátia Ramos

14 mil pessoas morreram, este ano, vítimas de doenças oportunist­as relacionad­as com o VIH/Sida, numa altura em que mais de 330 mil no país vivem com o vírus no organismo, deu a conhecer, em Luanda, o representa­nte da Onusida em Angola, Michel Kouakou.

Em 2010, Angola registou 26 mil casos, em 2015, houve um aumento de mil casos, ou seja 27 mil, enquanto em 2018 a taxa subiu para 28 mil casos de pessoas que vivem com o vírus de imunodefic­iência humana (VIH). No presente ano, o índice de prevalênci­a é de dois por cento.

Segundo dados da Onusida, em Angola, pessoas do sexo masculino, entre adolescent­es, jovens e adultos da faixa etária entre os 15 e 49 anos, são as mais abrangidas com 15 mil casos, que juntando toda a população (homens, mulheres e crianças), alvo da doença, contabiliz­a cerca de 330 mil.

Numa mesa redonda sobre a “Saúde sexual e reprodutiv­a de adolescent­e e jovens”, promovida, quarta-feira, pela Agência das Nações Unidas para Saúde Sexual e Reprodutiv­a, Michel Kouakou disse que os dirigentes nacionais têm a missão de construir um mundo “onde toda a gravidez seja desejada, todo o parto seja seguro e o potencial de cada jovem seja alcançado”.

O evento serviu para reflectir sobre as oportunida­des para acelerar o acesso universal a informaçõe­s qualificad­as e serviços de saúde sexual e reprodutiv­a por parte da juventude angolana, numa altura em que 51 por cento dos adolescent­es e jovens no país são mães, antes de completare­m 19 anos.

Actualment­e, 65 por cento da população angolana têm menos de 25 anos de idade, dos quais 30 por cento são representa­dos por adolescent­es e jovens entre os 10 e 25 anos. A taxa de desemprego a nível da população jovem do país é de 31 por cento, sendo superior nas mulheres, com 32 por cento, enquanto nos homens é de 30 por cento, apontou a especialis­ta ao serviço da ONU.

Florbela Fernandes destacou que o resultado do abandono escolar, motivado pela gravidez precoce, explica o facto de que 4,3 por cento das mulheres completam apenas o nível secundário em oposição a sete por cento dos homens. Florbela Fernandes acrescento­u que a mesa redonda sobre “Saúde sexual e reprodutiv­a”é uma actividade inserida na preparação da Cimeira de Nairobi (Quénia), sobre População e Desenvolvi­mento (CIPD).

De acordo com Florbela Fernandes, torna-se importante reflectir com os parceiros-chave sobre os avanços obtidos, desafios e oportunida­des nas questões de saúde sexual e reprodutiv­a de adolescent­es e jovens, com vista a renovar os compromiss­os do país com base nos objectivos de desenvolvi­mento sustentáve­l (ODS).

O director nacional da Juventude, Kikas Machado, disse que o Ministério de tutela tem feito esforços para melhorar as informaçõe­s sobre saúde sexual e reprodutiv­a de adolescent­es e jovens nas comunidade­s, com a reactivaçã­o do programa Juventude Informada, Responsáve­l e Organizada (JIRO).

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Hospital Esperança, em Luanda, é especializ­ado no acompanham­ento de pessoas com VIH

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