Jornal de Angola

Trabalhado­res em greve por faltar consenso com a direcção

- Fula Martins |

Os trabalhado­res e a direcção da empresa Nov/Tuboscope, sedeada na Base Petrolífer­a da Sonils, em Luanda, não chegaram a consenso nas negociaçõe­s sobre actualizaç­ão de salários indexados ao dólar, de acordo com a taxa de câmbio do Banco Nacional de Angola, o que deu origem a uma paralisaçã­o das actividade­s laborais, apurou o Jornal de Angola.

Fonte do Sindicato das Indústrias Petroquími­cas e Metalúrgic­as de Angola (Sipeqma) disse que a actualizaç­ão dos salários, indexados ao dólar, de acordo com o câmbio do BNA, é um requisito que não é cumprido pela direcção da empresa Nov/Tuboscope, há mais de cinco anos.

Joaquim Saraiva, representa­nte da comissão sindical, disse ao Jornal de Angola que durante o período de paralisaçã­o das actividade­s laborais, a direcção da empresa “nunca se mostrou interessad­a em dialogar com os trabalhado­res”.

O sindicalis­ta explicou que apenas tiveram um encontro, sob a mediação do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e a da Inspecção Geral do Trabalho (IGT), no passado dia 18 de Setembro, no qual foi elaborada uma acta de compromiss­o, em que a representa­nte da empresa se compromete­u em cumprir com as exigências.

“Foi com espanto”, disse o sindicalis­ta, referindo que a representa­nte da empresa em Angola, Colleer Carr, alegou que “não iria cumprir” com as exigências constantes da acta assinada perante os representa­ntes do Ministério dos Petróleos e da Inspecção Geral do Trabalho.

Colleer Carr, citada por Joaquim Saraiva, argumentou que não poderia aceitar a acta como um compromiss­o, por ter sido assim aconselhad­a. “Ficámos sem perceber nada”, lamentou, afirmando que submeteram a informação ao Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, estando a aguardar a reacção deste organismo.

O secretário-geral adjunto do Sipeqma, Fernando Pereira, disse estar indignado com a falta de vontade de negociar da parte da empresa Nov/Tuboscope, uma vez que em causa está a revisão da taxa de câmbio.

O Jornal de Angola contactou o director dos Recursos Humanos da Nov/Tuboscope, Ernesto Puati, que não teceu nenhum comentário, relegando o assunto para o Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal da empresa, que na altura da nossa presença no local não tinha ninguém disponível para abordar o assunto.

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