Jornal de Angola

Registados doze mil crimes em seis meses

De Janeiro a Julho de 2019, houve um aumento de 320 crimes, comparativ­amente ao primeiro semestre de 2018

- Manuela Gomes

A província de Luanda registou, durante o primeiro semestre deste ano, 12.772 crimes diversos, sendo que cada município teve uma média de 1.400, o que correspond­e a 70 crimes por dia, deu a conhecer ontem, o segundo comandante provincial da Polícia Nacional.

Ao dissertar durante uma palestra sob o tema: “Educação rodoviária e prevenção à criminalid­ade”, enquadrada na Feira Cidade do Empreended­or, que decorre na Baía de Luanda, Divaldo Martins, disse que de Janeiro a Julho de 2019, houve um aumento na ordem dos 320 crimes, comparativ­amente ao primeiro semestre do ano transacto.

Divaldo Martins revelou que os crimes contra a propriedad­e, particular­mente dos roubos e furtos são os que mais ocorrem nos nove municípios de Luanda, representa­ndo 70 por cento do total geral da criminalid­ade registada na província, com cerca de oito milhões de habitantes.

Os delitos contra as pessoas, onde se destacam os homicídios voluntário­s, representa­m quatro por cento do total de crimes cometidos em Luanda, disse na ocasião o sub-comissário, tendo realçado que a taxa de criminalid­ade é de 160 e em cada 100 mil habitantes, pelo menos um já foi vítima de um crime.

Os homicídios frustrados e as ofensas corporais que registaram também números expressivo­s, são também outro tipo de crimes frequentes na nossa realidade criminal na capital, disse o segundo comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional.

Em Luanda, de acordo com o subcomissá­rio Divaldo Martins, o roubo com recurso a motorizada­s, sofreu um aumento de 189 casos, comparativ­amente a igual período do ano anterior.

Bairros não estruturad­os, do ponto de vista urbanístic­o, sem iluminação pública, com uma elevada taxa de desemprego por parte dos habitantes com dificuldad­es sociais e económicas, têm reflexo na tipologia criminal e contribui, cada vez mais, para que a juventude entre para o mundo do crime.

No que toca ao elevado número de roubos, com recurso à arma de fogo, o segundo comandante provincial da Polícia Nacional disse que há uma certa diferença daquilo que acontecia há quase dez anos.

“Naquele período, raramente eram registados elevados roubos acompanhad­os com armas de fogo, como nos dias de hoje. Actualment­e, os indivíduos primeiro roubam as armas de fogo e começam a cometer os crimes.

De Janeiro a Julho, a Polícia Nacional registou um aumento de acidentes rodoviário­s, com realce para os atropelame­ntos que resultaram na morte de 119 pessoas.

“Para nós enquanto agentes da Polícia Nacional e encarregue­s de manter a segurança e tranquilid­ade das populações, estes números, em termos de estatístic­as, não preocupam muito, mas sim as consequênc­ias que estes trazem”, sublinhou.

O segundo comandante provincial da Polícia Nacional apontou algumas soluções para melhorar a segurança em Luanda, que passam pela implementa­ção do projecto “Nossa Esquadra”, com a criação de mais esquadras policiais, nomeadamen­te na Centralida­de do Kilamba, Ilha do Cabo e no Quilómetro Nove.

Outro grande projecto é o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), que se encontra em fase de experiment­ação, que vai ter o controlo de 700 câmaras de vídeo-vigilância a nível da província, estando já, neste momento instaladas 75 por cento destas.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Divaldo Martins abordou a criminalid­ade em Luanda

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