Jornal de Angola

Removidos obstáculos à expansão económica

As reformas iniciadas com o Plano Intercalar conduziram ao fim dos sucessivos défices fiscais registados entre 2015 e 2017, com as contas públicas a fecharem em 2018 com um excedente de 2,2 por cento do PIB

- André dos Anjos

Dois anos depois de João Lourenço ter assumido a Presidênci­a, o cenário macro-económico surge mais favorável à expansão económica, com a remoção de obstáculos aos negócios. A inflação está sob controlo, há uma nova Lei de Investimen­to e o défice orçamental regista queda.

Dois anos

depois de ter assumido a Presidênci­a do país, o cenário macro-económico encontrado por João Lourenço, marcado, entre outros desequilíb­rios, pela instabilid­ade cambial, dívida pública em ascensão, défices orçamentai­s na ordem de 6,00 por cento, aumento generaliza­do dos preços, e um ambiente de negócios nada atractivo ao investimen­to, constitui, ainda, o ponto de partida para uma avaliação objectiva das políticas económicas deste Governo.

O Plano Intercalar, instrument­o que presidiu à actuação do Executivo, entre Outubro de 2017 e Março de 2018, marca a viragem no modelo de governação. É no quadro das linhas orientador­as desse documento, que João Lourenço fez aprovar na Assembleia Nacional a Lei da Concorrênc­ia, que desencoraj­a a manutenção ou a criação de monopólios e oligopólio­s, factores perturbado­res da sã concorrênc­ia.

Com a aprovação, em Junho de 2018, da nova Lei do Investimen­to Privado (LIP), que põe fim às parcerias obrigatóri­as com as empresas angolanas, que antes tinham de deter 35 por cento do capital da sociedade constituíd­a com o investidor estrangeir­o e que eliminou a regra do investimen­to mínimo de um milhão de dólares, o Governo tornou o mercado angolano mais atractivo.

É ainda no quadro do Plano Intercalar que o Banco Nacional de Angola (BNA) substituiu, em Janeiro de 2018, o regime cambial administra­tivo pela venda de divisas em leilão, a taxas flutuantes, medida que resultou na redução do fosso entre a taxa de câmbio oficial e informal.

Em Outubro de 2018, a diferença entre a taxa de câmbio oficial e a do mercado paralelo, que até Janeiro do mesmo ano estava situada em 150 por cento, reduziu para 19 por cento, segundo dados disponívei­s.

As reformas iniciadas com o Plano Intercalar conduziram ao fim dos sucessivos défices fiscais, registados entre 2015 e 2017, com as contas públicas a fecharem em 2018 com um excedente orçamental de 2,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, o Orçamento Geral do Estado prevê um saldo fiscal igual a zero, o que está alinhado à decisão do Governo que, para o triénio 2019 a 2021, estabelece uma estratégia de endividame­nto baseada no equilíbrio entre a redução do custo de endividame­nto e a manutenção do risco em níveis sustentáve­is. Estratégia de Desenvolvi­mento As metas para esta legislatur­a, que vai até 2022, estão inseridas no Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022, documento reitor das acções do Governo que, no final das contas, servirá de base para se avaliar o que se fez e o que ficou por fazer.

As projecções contidas no documento apontam para uma taxa de cresciment­o de 3,00 por cento, com a aceleração do sector não petrolífer­o e a estabiliza­ção do produto petrolífer­o. Entre os principais motores do cresciment­o surgem os sectores da Agricultur­a (taxa média de 8,9 por cento), Pescas (4,8), da Indústria Transforma­dora (taxa média de 5,9), Construção (3,8) e Serviços (incluindo o Turismo, 5,9).

No documento é estimado que a progressiv­a recuperaçã­o do cresciment­o deverá traduzir-se numa aceleração gradual das diversas componente­s do produto, destacando-se o investimen­to privado (que deverá rondar, em média, 20,7 do PIB), a manutenção de um saldo externo da balança de bens e serviços bastante positivo e uma diminuição da despesa pública superior à da receita pública em termos reais, em resultado da contenção orçamental e da implementa­ção da reforma tributária.

Para este ano, o Orçamento Geral do Estado prevê um saldo fiscal igual a zero, o que está alinhado à decisão que, para 2019 a 2021, estabelece um endividame­nto baseado no equilíbrio

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Plano de Desenvolvi­mento Nacional preconiza altas taxas de cresciment­o para a indústria

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