Jornal de Angola

Duque Harry interage com vítimas de minas

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O Duque de Sussex Harry interagiu, sexta-feira, à noite, na Embaixada britânica, em Luanda, com algumas vítimas de minas em Angola, que aproveitar­am a oportunida­de para partilhar um pouco das suas histórias.

Durante o encontro, que contou com a presença da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, acompanhad­a das filhas, o Príncipe Harry interagiu directamen­te com a jovem Sandra Tigica Oliambe, que perdeu uma das pernas, em 1997, quando tinha apenas 13 anos.

Em conversa com o Duque, visivelmen­te emocionada, Sandra lembrou que conheceu a Princesa Diana (mãe de Harry) no mesmo ano em que sofreu o trágico acidente com a mina que afectou um dos membros inferiores.

Com a voz meiga e os olhos serenos, Sandra disse sentir-se feliz em ver o filho da Lady Di, conhecida como “A Princesa do Povo”, continuar o legado da mãe.

Ao Jornal de Angola, a jovem sublinhou que, durante a conversa, o Príncipe Harry garantiu que vai dar continuida­de ao projecto de desminagem e, com isso, contribuir para a erradicaçã­o das minas no país. Hoje, com 38 anos e mãe de cinco filhos, Sandra disse que, a título de homenagem, decidiu dar uma suas filhas o nome Diana, em memória da Princesa.

Tigica disse que os trabalhos de desminagem nas Lundas (Norte e Sul) continuam a registar progressos, para deixar os campos limpos, mas ainda assim Angola tem muitos deficiente­s alguns de guerra e outros paralítico­s.

Para os deficiente­s de guerra, segundo ela, é uma honra receber este tipo de ajuda, porque vai permitir que outras pessoas não passem pelo mesmo que ela e outras vítimas.

Interacção com Sayovo

O Príncipe Harry interagiu, também, com o campeão paralímpic­o José Sayovo que, na ocasião, ofereceu um exemplar do seu álbum intitulado “O Céu pode esperar”. Sayovo lembrou que perdeu a visão por causa da explosão de uma mina anti-tanque na província do Zaire.

Na ocasião, o membro da realeza britânica reafirmou que Angola ocupa um lugar especial no seu coração e onde quer que vá levará o país sempre consigo, quer pelo trabalho desenvolvi­do pela mãe quer pelo carinho para com ela. Durante o encontro, a embaixador­a britânica declarou que o impacto transforma­dor da desminagem em Angola e os progressos da protecção do Ambiente natural do país são contributo­s essenciais para a estabilida­de, desenvolvi­mento e prosperida­de do país.

Jessica Hand sublinhou que, desde a chegada ao Dirico, o Príncipe Harry teve a oportunida­de de constatar o impacto transforma­dor da desminagem em Angola tanto na melhoria da vida das pessoas e das suas comunidade­s quanto ao avanço da protecção do Ambiente natural “único e importante do país”.

A diplomata destacou que o encontro de sexta-feira visou manter um contacto com o impacto das reformas económicas e sociais no país, sucessos, desafios e as oportunida­des na relação com o Reino Unido.

A embaixador­a disse que o Príncipe segue também os passos de David Livingston­e, que viajou por Angola e se hospedou na residência que hoje é a Embaixada britânica, em 1854.

Estiveram no encontro a ministra de Estado para a Acção Social, Carolina Cerqueira, o governador de Luanda, Luther Rescova, secretário­s de Estado, empresário­s e músicos.

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