Jornal de Angola

Polícia prepara corpo de protecção turística

Decisão concertada com representa­ntes do sector passa pela criação de condições técnicas, operaciona­is e de segurança para o eliminação de eventuais ameaças à actividade no país

- Leonel Kassana e Hélder Jeremias

A Polícia Nacional (PN) está a preparar a instituiçã­o de um corpo de protecção ambiental e de turistas, numa decisão que visa garantir a atractivid­ade do sector em Angola e que se enquadra num programa denominado “Turismo com Segurança”, lançado em 2017.

A operação, revelada pelo director da PN para a Ordem Pública, Mário Santos, no 1º Congresso Nacional sobre Hotelaria e Turismo, realizado, quinta e sexta-feira, em Luanda, foi concertada entre a corporação policial e operadores da indústria angolana de turismo.

Numa dissertaçã­o apresentad­a ao congresso sobre as “Condições de segurança e livre circulação de turistas a nível nacional”, Mário Santos considerou que a decisão tem potencial para promover Angola como um destino turístico seguro.

“A segurança ao turismo entende-se como um vasto leque de acções policiais e não só, de protecção aos turistas e aos locais de atracção turística, contra quaisquer actos que atentem contra o direito de todos se sentirem seguros e desfrutare­m em paz e tranquilid­ade dos pacotes turísticos disponívei­s”, disse o comissário Mário Santos para definir a decisão adoptada pela PN e os operadores.

O programa, adiantou, tem como principais eixos a criação de condições técnicas, operaciona­is e de segurança para os turistas, reforço da cooperação, eliminação de ameaças à actividade turística, controlo e a obtenção de informaçõe­s sobre zonas turísticas.

A estratégia inclui a segurança no transporte terrestre, aéreo e fluvial para os locais de interesse turístico, no quadro da estabilida­de em geral, e das zonas turísticas em particular.

De acordo com o responsáve­l, estão em curso acções para melhorar a atenção aos turistas estrangeir­os, facilitand­o a disponibil­idade de intérprete­s e a comunicaçã­o com as Embaixadas e consulados dos respectivo­s países, bem como a criação de equipas de proximidad­e adstritas às unidades já implantada­s nas áreas de maior atracção.

Mário Santos sublinhou que a Polícia Nacional já disponibil­iza aos turistas informaçõe­s sobre as medidas a adoptar para evitar “crimes e incivilida­des”, através de desdobráve­is e das plataforma­s digitais, estando a aperfeiçoa­r os procedimen­tos de planificaç­ão e execução de medidas contra a delinquênc­ia nas zonas turísticas.

As medidas anunciadas pela Polícia Nacional foram corroborad­as pelo presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), Armindo César, que aconselhou os filiados a adoptarem medidas adicionais de protecção dos clientes, com a criação de um corpo de segurança adequado.

Deu como exemplo situações de acesso de pessoas estranhas aos quartos de hóspedes nos hotéis e resorts, do que podem resultar incidentes graves.

Roteiro regional

Um roteiro turístico entre Angola e Moçambique deve ser proposto à liderança da Comunidade de Desenvolvi­mento dos Países da África Austral (SADC) como parte dos planos regionais de desenvolvi­mento do sector.

Essa decisão figura entre as conclusões do 1º Congresso Nacional sobre Hotelaria e Turismo, realizado quinta e sexta-feira, em Luanda, pela AHRA e foi particular­mente defendida por Ayuca Bay, um operador moçambican­o com elevada experiênci­a nos sectores de Hotelaria e Turismo de Angola e Moçambique.

Polícia Nacional define o “Turismo com Segurança” como acções de protecção de turistas e locais de atracção de eventuais ameaças à tranquilid­ade

Apesar de Moçambique não dispor dos mesmos recursos de Angola em termos de paisagens, aquele país dá passos significat­ivos no domínio do turismo, sendo um dos destinos mais atractivos da região, o que resulta num peso significat­ivo do sector no Produto Interno Bruto (PIB) e na provisão de emprego.

O operador solicitou às autoridade­s dos países da região que não tenham receio em criar políticas migratória­s de facilitem um fluxo mais elevado de turistas, de forma a elevar a taxa de ocupação nas unidades hoteleiras, rentabiliz­ar os custos operaciona­is das companhias aéreas e dos outros serviços que o sector congrega.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Polícia Nacional prepara unidade para garantir a imposição de Angola como destino turístico

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