Orquestra Camunga cresce e aparece
Crianças e adolescentes, num total de 300, passeiam classe em diferentes palcos, para mostrar talento quanto baste, e fazer da Orquestra Sinfônica Camunga um pólo de atracção. A música é o traço de união que os motiva para as montras do mundo, com sons or
Trajes limpos,
de bom corte e sob medida, indicam a presença de um grupo organizado. O rigor com que tratam e tocam os instrumentos musicais é indicativo de que lidam com esta arte por gosto e vontade de conhecer a fundo o que fazem. O ar responsável e a organização em palco, embora meninos, denota que o aprendizado tem pernas para andar a bom passo e dá mostras que a orquestra, aos poucos, conquista o seu espaço.
“A Orquestra Sinfônica Camunga foi criada a 22 de Novembro de 2011, com o objectivo de resgatar crianças da delinquência na zona da Corimba, distrito urbano da Samba, e ocupá-las aprendendo os clássicos musicais nacionais”, dá a conhecer o maestro Ntumba Malamba Camunga, por sinal, o único professor.
“O aparecimento da Orquestra Camunga deu um grande impulso ao crescimento e desenvolvimento da vida dos adolescentes, transmitindo a mensagem de esperança e de valorização da cultura nacional.
O grupo toca em eventos oficiais e em actividades filantrópicas”; informa Ntumba Camunga, acrescentando: “mostramos ao mundo o exemplo de superação de um povo que sofreu as vicissitudes de muitos anos de guerra.”
Segundo o entrevistado, as crianças são aconselhadas a conciliar o aprendizado musical com os estudos. “As crianças fazem parte de um lote de 300 pessoas que se dedicam à música e ao canto sem pagar absolutamente nada”, garante o maestro, que coloca pedras nos alicerces para o crescimento dos meninos da Corimba.
Sobre a actividade que desempenha e empresta valor acrescentado à sociedade, Malamba Camunga adianta que “o papel dos encarregados de educação não tem sido fácil. Alguns participam do desenvolvimento dos filhos, outros nem tanto, apesar da nossa insistência em convidá-los para as reuniões.” O maestro e educador frisa que outro bico de obra tem sido a preparação para os concertos, “por conta dos custos dos acessórios e da falta de apoios.”