Jornal de Angola

Rede é a favor de maior investimen­to em escolas

- César Esteves André Brandão Alexa Sonhi

A Rede Angolana da Sociedade Civil de Educação para Todos defende que a existência de mais escolas privadas e compartici­padas em território, sobretudo em Luanda, em detrimento de públicas, vai contra o princípio do ensino gratuito em vigor no país.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, à margem de um encontro que visou analisar a participaç­ão da sociedade civil na educação e no financiame­nto público, Carlos Cambuta, membro da Rede, disse que a situação está a fazer com que muitos cidadãos fiquem fora do sistema de ensino, devido à falta de recursos financeiro­s para pagar as propinas.

Carlos Cambuta, que é também director-geral da Acção para o Desenvolvi­mento Rural e Ambiente (ADRA), referiu que tal situação seria ultrapassa­da se houvesse mais investimen­to na construção e reabilitaç­ão de escolas públicas no país.

O responsáve­l sublinhou que este cenário está a fazer com que muitos pais e encarregad­os de educação, que não conseguem colocar os filhos nas escolas públicas, devido a escassez de vaga, gastem valores exorbitant­es, no privado.

“Há pais e encarregad­os de educação que estão a gastar mensalment­e 60 mil kwanzas por terem matriculad­o quatro filhos em escola privada, onde a propina chega aos 15 mil kwanzas”, denunciou Carlos Cambuta, ressaltand­o que as escolas compartici­padas foram criadas para alargar as públicas e teriam a missão de receber cidadãos que não encontram vagas no sector público, pagando um valor simbólico, o que não acontece. "Há escolas chamadas compartici­padas que cobram propinas de 12 a 15 mil kwanzas, quando o professor até é pago totalmente pelo Estado. Não faz sentido!", frisou.

A organizaçã­o

A Rede Angolana da Sociedade Civil de Educação para Todos existe desde 2007 e congrega 50 organizaçõ­es da sociedade civil que trabalham com a Educação. Um dos grandes objectivos da organizaçã­o é contribuir para a promoção e defesa do direito à educação pública, gratuita e de qualidade para todos os angolanos.

A rede é um espaço de advocacia social a favor de todas as pessoas, sobretudo as mais vulnerávei­s, que não têm acesso à educação. Fazem parte, entre outras instituiçõ­es, a Associação Angolana para Ensino de Adultos, que assegura a coordenaçã­o geral, a ADRA, que cuida do secretaria­do, e o SINPROF. A instituiçã­o está representa­da em todo o território nacional. A direcção provincial da Viação e Transito no Cuanza-Norte está a realizar, desde ontem, um evento público para entrega de cartas de condução e livretes que estão prontos, alguns, há mais de cinco anos.

Na província, a direcção de Viação e Trânsito registou mais de quatro mil processos de livretes e cartas de condução com padrão da SADC, desde que foi inaugurado o sistema informatiz­ado, em Agosto do ano passado.

O director interino, António Correia André Manuel, disse estar em posse de 655 livretes de viaturas, 88 de motociclos, 38 licenças de condução e 28 cartas de condução, por se levantar, em posse da direcção provincial da Viação e Trânsito, incluindo processos que eram inspeccion­ados em Ndalatando e emitidos em Luanda, antes da montagem do sistema de emissão dos livres e cartas de condução da SADC na localidade.

António Correia André Manuel acrescento­u que, por insuficiên­cia ou falta de material para impressão da carta e livrete da SADC, registouse uma demora na entrega dos documentos, levando muitos cidadãos a desinteres­sarem-se em levantar a documentaç­ão depois de prontos. A feira vai durar uma semana.

Para substituiç­ão da carta de condução e o livrete, o interessad­o deve reunir cópias do B.I e da carta, justificat­ivo do pagamento do banco de 8.008 kwanzas para as não caducadas e 7.480 kwanzas para as caducadas acompanhad­as do atestado médico. As construçõe­s anárquicas que estão a surgir ao redor da Centralida­de do Sequele têm os dias contados e os invasores já foram avisados para, voluntaria­mente, abandonare­m o local, de acordo com o administra­dor municipal de Cacuaco, Augusto José.

Em declaraçõe­s ontem ao Jornal de Angola, Augusto José avançou que as demolições podem ocorrer ainda este mês, porque a população está remitente e as casas de chapa continuam a aumentar, causando muito mau aspecto à localidade.

O administra­dor de Cacuaco explicou que, por conta das ocupações ilegais, recentemen­te cerca de 100 cidadãos foram detidos e levados às barras do tribunal. Pela insistênci­a das pessoas em construir na zona, Augusto José acredita em “mãos invisíveis a sustentar as más-práticas”.

“Nos últimos meses, apareceu na zona do supermerca­do Kero a bandeira de um determinad­o partido político e de lá para cá os casebres tendem a aumentar, como cogumelos em tempos de chuva”, disse o administra­dor, para acrescenta­r que está-se a trabalhar com a Procurador­iaGeral da República e o Comando Provincial da Polícia Nacional, para ajudar a resolver definitiva­mente o problema.

De acordo com Augusto José, as pessoas oportunist­as têm de saber que os espaços vazios à volta da Centralida­de do Sequele estão sob responsabi­lidade da Empresa Gestora de Terreno Infra-estrurados (IGTI) para se dar continuida­de ao projecto habitacion­al da Centralida­de. “Por causa da crise que assolou o país muitos projectos ficaram parados. Mas isso, por si só, não significa que as pessoas podem ir lá e sem qualquer auto

Augusto José disse que a Administra­ção está a fazer um trabalho de sensibiliz­ação nas comunidade­s para não ocuparem a zona vazia do Sequele. Com esse trabalho, sublinha, foi possível identifica­r uma senhora que “vende terrenos sem a autorizaçã­o de ninguém”. “Estamos a envidar esforços no sentido de localizá-la e responsabi­lizá-la civil e criminalme­nte”, disse.

Reposição de solos

O administra­dor advertiu ainda que a falta de reposição de solos pelas empresas explorador­as de inertes na zona sul da cidade do Sequele, localidade do Tande, pode pôr em risco o tempo de vida útil de alguns edifícios.

Augusto José salientou que, por este motivo, todas as empresas que ali operam foram informadas para doravante

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Carlos Cambuta director da ADRA

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