Trump pede prisão do seu “inquiridor”
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu ontem que o congressista que supervisiona o processo para a sua destituição, Adam Schiff, devia ser “preso por traição”
O Presidente norte-americano, Donald Trump defendeu ontem, na sua conta pessoal da rede social Twitter que nunca pressionou Zelensky (Presidente da Ucrânia), que tudo não passa de uma “caça às bruxas” do Partido Democrata e que o congressista responsável pelo inquérito mentiu e deve ser “preso por traição”.
“Adam Schiff fez, ilegalmente, uma declaração falsa e terrível”, escreveu Trump, dizendo que o parlamentar Democrata, no seu depoimento ao Congresso, distorceu as suas palavras no telefonema para o Presidente ucraniano.
“Não tinha nenhuma relação com o que eu disse no telefonema. Preso por traição?”, questiona Trump, ao mesmo tempo que se queixa do tratamento que os média estão a fazer deste caso, atribuindo-lhe responsabilidades que ele diz não assumir.
Nesse depoimento, Adam Schiff comparou Trump a um “chefe da máfia”, depois de a Casa Branca ter divulgado a transcrição de um telefonema para o Presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, em Julho passado, pressionando-o a investigar Hunter Biden, filho de Joe Biden, vice-presidente no mandato de Barack Obama e actual candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata, por suspeita de irregularidades na sua ligação com uma empresa ucraniana.
A transcrição da conversa telefónica, divulgada na passada quarta-feira, mostra Donald Trump a levantar alegações infundadas de que Joe Biden teria tentado interferir na investigação de um procurador da Ucrânia sobre a actuação de Hunter Biden enquanto administrador de uma empresa ucraniana.
“Há muita conversa sobre o filho de Biden, dizendo que Biden (pai) suspendeu a acusação e muitas pessoas gostariam de saber mais sobre isso”, disse Trump a Zelensky, de acordo com a transcrição do telefonema, onde de seguida lhe pede “um favor”, referindose à investigação das actividades da família Biden, recordandoo das ajudas dos Estados Unidos a nível militar.
“É assim que um chefe da máfia fala: o que é que você fez por nós? Nós fizemos muito por si”, comentou Adam Schiff perante o Congresso, para justificar o processo de destituição.
A Câmara dos Representantes já está a trabalhar na elaboração dos artigos para o ‘impeachment’, que precisam de uma maioria simples para serem encaminhados para o Senado (dominado pelo Partido Republicano, de Donald Trump), onde terão de ser aprovados por uma maioria de 2/3, para permitir a remoção do Presidente.
Donald Trump recorda que o Presidente da Ucrânia já reconheceu que não foi pressionado e acusa Schiff e os Democratas de querem prejudicar a campanha para a sua reeleição nas presidenciais de 2020, pedindo ao Congresso e aos média para investigarem as actividades da família Biden na Ucrânia.
A maioria Democrata na Câmara dos Representantes iniciou na passada semana um processo de destituição do Presidente, acusando Donald Trump de ter pressionado o Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, para investigar as actividades da família de Joe Biden - exvice-presidente no mandato de Barack Obama e actual candidato Democrata às eleições de 2020 - na Ucrânia.
As transcrições libertadas na tarde desta quarta-feira pela Casa Branca mostram que Donald Trump pediu ao líder ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, para trabalhar em conjunto com o advogado Rudy Giuliani e com o procurador-geral, para investigar Joe Biden e o seu filho Hunter.
“É assim que um chefe da máfia fala: o que é que você fez por nós? Nós fizemos muito por si”, comentou Adam Schiff perante o Congresso, para justificar o processo de destituição