Pérolas viram baterias para o Mundial do Japão
Campeãs africanas querem alcançar melhores resultados no Campeonato do Mundo entre Novembro e Dezembro
Depois de assegurar presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio'2020, a Selecção Nacional tem as atenções viradas para a 24ª edição do Campeonato do Mundo sénior feminino de andebol, a decorrer em Kumamoto, Japão, de 30 de Novembro a 15 de Dezembro.
Facto confirmado pelo seleccionador Morten Soubak, em declarações à imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro. Visivelmente satisfeito com a qualificação, o técnico defendeu que estar nos Jogos Olímpicos é extremamente importante, e qualquer atleta ambiciona alcançar esse feito.
“Agora a nossa preocupação deve ser o Mundial. Esse ano foi muito produtivo, com várias competições. Depois do campeonato do Japão, teremos sete meses para projectar os Jogos. Deve ser feita uma programação à altura, por causa das viagens e a adaptação ao fuso horário”, disse o treinador.
Questionado sobre a disputa de torneios internacionais, antes da presença no Mundial, Soubak explicou: “grande parte das equipas vão directamente para o palco da prova, com o objectivo de treinar e acostumar-se ao fuso. Vamos fazer parte da preparação em Luanda. Depois viajamos com antecedência para o Japão. Talvez façamos lá alguns jogos”.
Relativamente à partida decisiva diante do Senegal, em Dakar, o seleccionador aproveitou para felicitar a organização daquele país, por ter construído um pavilhão bonito, onde cabem 15 mil espectadores, embora nem sequer metade deles se preocuparam em estar presentes.
“Conseguiram fazer muito barulho. Tive dificuldades em comunicar com as jogadoras. Mas foi tranquilo.
Já estávamos preparados para isso. As atletas estavam focadas, por isso estão de parabéns pelo excelente trabalho realizado”.
Solicitado a avaliar os dois desafios, Soubak reconheceu as dificuldades vivenciadas em ambos, e explicou que com o Congo Democrático a selecção abriu vantagem na primeira parte, mas nas duas partidas as Pérolas estiveram mal, nos primeiros dez minutos do segundo tempo.
“É normal. Há sempre um período menos bom. Dessa vez foi em dois jogos seguidos. Ainda assim defendemos bem. Sofremos poucos golos. Teresa Almeida e Helena Sousa estiveram bem, e isso foi fundamental”.
Em nome do grupo, a capitã, Isabel Guialo “Belinha”, afirmou que foi fácil motivar as companheiras, pois sabiam atempadamente das dificuldades, por jogarem em casa das adversárias. “As senegalesas estavam bem preparadas. Nós tínhamos um compromisso com o país e cumprimos. Mantivemos a concentração do princípio até ao fim. Fizemos dinâmicas de grupo. Após o desafio, duas ou três colegas felicitaram-nos. As outras nem por isso, renderam-se ao choro. Nós consolámo-las. Estamos prontas para representar o continente”.