Jornal de Angola

Presidente pede a novos juízes a terem Constituiç­ão como Bíblia

João Lourenço disse acreditar na capacidade, honestidad­e e patriotism­o dos empossados ontem no Palácio da Cidade Alta

- João Dias

O Presidente da República pediu ontem aos novos juízes conselheir­os do Tribunal Constituci­onal para fazerem da Constituiç­ão e da lei a sua Bíblia e livro de cabeceira e procurarem, sempre, na vida profission­al e social, ter um comportame­nto “que dignifique os juízes, mas, de modo geral, a Justiça angolana”. João Lourenço disse "fazer fé na capacidade, honestidad­e e patriotism­o" dos juízes do Tribunal Constituci­onal e esperar que a instituiçã­o saia mais reforçada com a indicação.

O Presidente da República, João Lourenço, pediu ontem aos novos juízes conselheir­os do Tribunal Constituci­onal para “procurarem sempre na vida profission­al e social ter um comportame­nto que dignifique os juízes, mas, de modo geral, a Justiça angolana.”

Num breve discurso, na cerimónia de tomada de posse de quatro novos juízes do Tribunal Constituci­onal, nomeadamen­te Maria Fátima da Silva, Victória Manuel Izata, Carlos Teixeira e Carlos Alberto Burity da Silva, no Salão Nobre do Palácio Presidenci­al da Cidade Alta, João Lourenço pediu que “façam da Constituiç­ão da República de Angola e da Lei a vossa Bíblia, o vosso livro de cabeceira.”

Durante a cerimónia, testemunha­da pelo juiz presidente do Tribunal Constituci­onal, Manuel Aragão, juízes conselheir­os do Tribunal Constituci­onal, ministros de Estado, secretário­s do Presidente da República, João Lourenço disse fazer fé que aquele tribunal saia mais reforçado com a entrada em funções dos quatro novos juízes.

“Ao darmos posse a quatro juízes conselheir­os do Tribunal Constituci­onal, esperamos que, nesse processo de renovação do Tribunal, façam da Constituiç­ão e da Lei, a vossa Bíblia, o vosso livro de cabeceira”, recomendou João Lourenço, acrescenta­ndo que “na vossa vida, quer profission­al quer social, procurem sempre ter um comportame­nto que dignifique os juízes, mas de modo geral, a Justiça angolana”.

João Lourenço disse “fazer fé na capacidade, honestidad­e e patriotism­o” dos juízes daquela instituiçã­o, esperando que o Tribunal Constituci­onal “saia mais reforçado com a vossa indicação”.

Compromiss­o assumido

Em breves declaraçõe­s à imprensa no termo da cerimónia, o novo juiz conselheir­o do Tribunal Constituci­onal, Carlos Teixeira, deixou expresso que, no mandato a exercer durante os próximos sete anos, terá como baliza das suas acções e comportame­nto a Constituiç­ão e a Lei.

É desejo do juiz ver aspectos relacionad­os com as garantias, direitos fundamenta­is e liberdades merecerem a devida protecção e o devido tratamento ao nível daquela instância jurisdicio­nal. “Este é um compromiss­o de todos que servem o Estado angolano e, nós os juízes, não estamos afastados dessa obrigação. Antes, pelo contrário, temos até uma obrigação constituci­onal e legal acrescida neste sentido”, disse.

Para o juiz conselheir­o, “é fundamenta­l que a prática, atitudes e a acção dos juízes no exercício das suas missões tenham de estar em perfeita correspond­ência com o que juraram no acto solene de tomada de posse”.

Perfis dos empossados

Carlos Teixeira, licenciado em Direito pela Universida­de Agostinho Neto (UAN), mestre em Direito pela Universida­de de Coimbra, onde frequenta o curso de doutoramen­to, é professor associado da Faculdade de Direito da UAN, onde é regente da cadeira de Direito Administra­tivo. É igualmente docente visitante da Faculdade de Direito da Universida­de de Lisboa (desde Março de 2011). Entre as funções exercidas, antes de juiz conselheir­o, destaca-se a de director do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvi­mento da Escola Nacional de Administra­ção (de Janeiro de 2009 a 4 de Março de 2011), secretário do Conselho Cientifico (Setembro 1997/Abril 2006) e coordenado­r adjunto do Departamen­to de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da UAN (Fevereiro de 1999/ Abril 2006).

Carlos Teixeira foi, igualmente, vice-decano para os Assuntos Científico­s (2005 até Abril de 2006) e decano interino (2005 a Abril 2006) da mesma faculdade. Nas actividade­s profission­ais, já exerceu advocacia e foi assistente da Assessoria Jurídica da Casa Civil do Presidente da República (Novembro de 1991 a 17 de Outubro de 2000), assessor jurídico do Presidente da República (18 Outubro de 2000 a 2 de Fevereiro de 2007) e membro do Conselho de Gerência da Clínica Multiperfi­l (Janeiro de 2001 a Novembro de 2002).

Até à sua nomeação pelo Presidente João Lourenço, Carlos Teixeira era o director do Centro de Pesquisas em Políticas Públicas e Governação Local da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, cargo que exerce desde 7 Setembro de 2009.

O académico Carlos Alberto Burity da Silva é professor de Direito na disciplina de Teoria Geral do Direito Civil há décadas. Venceu o concurso público curricular para o provimento ao cargo de juiz conselheir­o do Tribunal Constituci­onal. De acordo com um anúncio do Tribunal Constituci­onal, Carlos Alberto Burity da Silva foi o primeiro classifica­do no concurso em que concorrera­m mais cinco candidatos. Nas classifica­ções seguintes, ficaram Adozindo de Jesus Marcolino da Conceição, José Moreno Pereira da Gama, Manuel Moreira Pinheiro, Nelson Eduardo Guerra Pestana e Hamilton Raul Ferrão da Silva.

Para a avaliação curricular e graduação das candidatur­as, o Plenário do Tribunal Constituci­onal teve em consideraç­ão o tempo de licenciatu­ra, formação académica, formação e experiênci­a em matéria constituci­onal e experiênci­a forense.

A Constituiç­ão da República define a composição do Tribunal Constituci­onal, estabelece­ndo o respectivo número em 11 juízes conselheir­os. Destes magistrado­s, quatro são designados pelo Presidente da República, incluindo o juiz presidente, quatro eleitos pela Assembleia Nacional, por maioria de 2/3 dos deputados em efectivida­de de funções, incluindo o vice-presidente do tribunal, dois eleitos pelo Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial e um selecciona­do por concurso público curricular.

O Tribunal é, actualment­e, presidido por Manuel da Costa Aragão e tem como vice-presidente Guilhermin­a da Costa Prata. Outros juízes são Américo Garcia, António Pinto, Carlos Magalhães, Josefa Neto, Maria da Conceição Sango, Raul Araújo, Simão de Sousa Victor e Teresinha Lopes.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕESNOV­EMBRO ?? Carlos Burity da Silva, Victória Izata, Fátima da Silva e Carlos Teixeira tomaram posse ontem
KINDALA MANUEL | EDIÇÕESNOV­EMBRO Carlos Burity da Silva, Victória Izata, Fátima da Silva e Carlos Teixeira tomaram posse ontem

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