Governo e organismo da ONU assinam acordo na Agricultura
Representante angolana junto do FIDA confirmou que decorrem negociações até 23 deste mês para a subscrição do instrumento jurídico de cooperação no domínio agrícola para apoiar camponeses
O Governo de Angola e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) assinam até 23 deste mês um contrato de financiamento de projectos de apoio a produtores agrícolas, avaliado em 150 milhões de dólares.
De acordo com a nova representante angolana junto do FIDA, a embaixadora Fátima Jardim, as negociações decorrem até à data marcada para a assinatura do acordo.
Pequenos produtores angolanos podem melhorar a produção agrícola com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que aprovou o projecto do Governo angolano de apoio à resiliência.
A nova representante angolana junto do FIDA, organismo da ONU, a embaixadora Fátima Jardim, manifestou, em Roma (Itália), satisfação pelo facto daquela agência da ONU ter aprovado o projecto de Angola.
Fátima Jardim, que entregou as cartas credenciais que a confirmam como embaixadora naquela instituição, reiterou a necessidade da indicação de um representante do FIDA em Angola.
Depois de fazer a entrega das cartas credenciais ao presidente do FIDA, Gilbert Houngbo, a diplomata acrescentou que o projecto em referência terá impacto, sobretudo, no domínio das infra-estruturas, fortalecimento de capacidades e melhoria da produtividade e das cadeias de valor.
Quanto à indicação do representante do FIDA em Angola, Fátima Jardim disse ser importante para "permitir um maior diálogo com as autoridades angolanas, apoiar as equipas de coordenação dos projectos e reforçar o trabalho da agência com instituições financeiras locais, ligadas ao crédito agrícola."
Ao reafirmar o apoio angolano ao presidente do FIDA e às reformas em curso para garantir uma maior eficiência da organização e aumentar a capacidade financeira, Fátima Jardim defendeu como prioritário o apoio aos jovens de comunidades rurais, concedendolhes melhores oportunidades e instrumentos de trabalho, com vista à criação das pequenas empresas.
De igual modo, afirmou, a mulher rural deve continuar a estar no centro dos projectos em África, pelo “papel preponderante na produção agrícola, a dureza do seu trabalho e a pobreza em que vive." Combate à seca A embaixadora Fátima Jardim entregou igualmente, sextafeira, as cartas credenciais ao director executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM), David Beasley, na qualidade de representante junto da agência.
Na ocasião, a diplomata agradeceu o apoio que aquele organismo da ONU tem concedido aos refugiados da República Democrática do Congo (RDC), que começam a regressar às suas zonas de origem devido à melhoria da situação social e de segurança.
Na próxima reunião do Conselho de Administração do PAM, a ter lugar em Novembro, deve ser analisado o Plano Estratégico Provisório de Angola, para o período 2020-2022, que abrange a assistência aos refugiados da RDC e ao Governo angolano.
A seca no Sul de Angola e as soluções para enfrentar este fenómeno foi outro assunto que mereceu uma demorada abordagem entre os dois interlocutores, tendo o director executivo do PAM sugerido experiências de sucesso noutras áreas áridas que podem ser objecto de adaptação para a agricultura no Sul de Angola, particularmente nas províncias mais afectadas pelas alterações climáticas.
Nesse âmbito, a embaixadora Fátima Jardim convidou David Beasley a visitar Angola no próximo ano, para inteirar-se dos efeitos da seca no Sul do país, bem como constatar o desenvolvimento do projecto transfronteiriço Okavango-Zambeze.
A audiência com o responsável do PAM encerrou o ciclo de apresentações das cartas credenciais de Fátima Jardim aos responsáveis das três agências da ONU sediadas em Roma (incluindo a FAO), às quais a nova representante permanente de Angola reiterou a necessidade da presença de um maior número de quadros angolanos nas suas estruturas, localmente ou no terreno.
Fátima Jardim foi acreditada como embaixadora extraordinária e plenipotenciária na Itália a 24 de Setembro.
Pequenos produtores angolanos podem melhorar a produção agrícola com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que aprovou o projecto do Governo angolano de apoio à resiliência