Jornal de Angola

Presidente acusa PAIGC de semear instabilid­ade

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O Presidente da Guiné-Bissau acusou, sexta-feira, o PAIGC, partido mais votado, de tentar criar instabilid­ade, o Governo de falta de cooperação institucio­nal e o Primeiro-Ministro de o ter impedido de participar na Assembleia-Geral da ONU.

Num comunicado enviado à imprensa, José Mário Vaz afirma que desde as legislativ­as de Março as “tentativas de criar instabilid­ade no país, protagoniz­adas por um partido que foi o mais votado, mas que não obteve maioria para governar, têm sido permanente­s”, referindo-se ao Partido Africano para a Independên­cia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

“O Presidente da República, como sempre, tem agido ponderadam­ente e em prol dos interesses do país”, salienta José Mário Vaz. No comunicado, o Presidente afirma que o actual Governo, “que ainda não fez aprovar o seu programa em violação com o previsto constituci­onalmente”, está a tomar medidas “atentatóri­as do cargo de Presidente da República”.

O início do debate do programa do Governo no Parlamento da Guiné-Bissau está marcado para o dia 15 de Outubro. José Mário Vaz exemplific­a as acusações com uma missiva que recebeu do Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, que lhe pede para não receber ministros sem a presença do chefe de Governo.

O Chefe de Estado guineense explica também que pretendia ter participad­o na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, mas que foi informado pelo Primeiro-Ministro da “impossibil­idade” de o Estado cumprir com as suas obrigações para com a ONU, “impedindo-o de estar presente e invocando para tal questões económicas”.

“Até poderia ser verdade, mas o número de pessoas e o tempo de estada no estrangeir­o de todas as pessoas, ministros incluídos, deslocadas pelo Governo sob o chapéu dessa deslocação à ONU foi muito superior ao número de pessoas que integraria a delegação do Presidente da República. Acresce que o discurso triste proferido pela titular da pasta dos Negócios Estrangeir­os não dignifica o país e só traz vergonha a quem deve, no desempenho de um cargo ministeria­l, servir o Estado e o povo e não outros interesses”, afirma.

No comunicado, o Presidente refere que o “ataque à Presidênci­a da República continuou” com a retirada de segurança ao ministro de Estado e conselheir­o do Presidente para as áreas de Defesa e Segurança Externa e Interna, Botche Candé.

“Os cidadãos guineenses devem estar atentos a estas tentativas de desestabil­ização e têm a garantia do Presidente que tudo fará para que a Guiné-Bissau continue a viver sem tumultos”.

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DR Chefe de Estado queixa-se de falta de cooperação institucio­nal

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