Jornal de Angola

Um jovem do Kikolo que abraçou a alta cozinha

As grandes dificuldad­es financeira­s da infância não impediram Agostinho Tchicanha de ser empreended­or

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2012 com a média final de 11,9 e é professor de Matemática e Física.

Mas, em Dezembro de 2012, Agostinho Tchicanha recebe um convite do professor para ir trabalhar na Ilha de Luanda, no Restaurant­e Tamariz, e aí se aplicou nas complexas tarefas da cozinha e começou a sua carreira profission­al.

No ano seguinte fez um curso profission­al de culinária e pastelaria no Alameda Hotel Escola durante um ano e seis meses que, diz, foi o momento mais alto da sua carreira profission­al, e participou no primeiro festival internacio­nal de gastronomi­a “Food and Drink” ao lado de grandes “chefs” de nível internacio­nal e nacional, com destaque para Chakall (argentino), Carlos Graça (moçambican­o) e Heliton (brasileiro).

O festival permitiu-lhe ganhar mais experiênci­a e Agostinho Tchicanha passa por vários restaurant­es da cidade de Luanda com o chefe Heliton e desde o ano passado trabalha como cozinheiro responsáve­l do Bar View Talatona e está a criar o seu negócio tendo já servido inúmeros eventos.

Agostinho Tchicanha tenciona inscrever-se na Universida­de no próximo ano e cursar Nutrição.

Actualment­e, vive no Morro Bento mas, enfatiza, jamais se esquecerá da sua origem. “Sou e sempre serei o Tchicanha do Kikolo”.

Regularmen­te, Agostinho Tchicanha recebe o convite do programa Grandes Manhãs para apresentar o seu trabalho.

Nos seus 28 anos de idade, Agostinho Tchicanha diz já ter sofrido preconceit­os por parte de amigos por abraçar uma profissão que eles achavam ser para mulheres. “Mas nunca perdi a cabeça, eu sabia o que queria e qual era minha meta.”

Actualment­e, Agostinho Tchicanha abraçou um novo projecto, a convite da pasteleira Esperança Eduardo, um centro de formação profission­al, no Gamek, depois do Rocha Pinto, onde ensina os conhecimen­tos adquiridos ao longo dos sete anos de experiênci­a como cozinheiro.

“É um prazer poder ensinar culinária, organizaçã­o de cozinha e higiene e segurança alimentar.”

Agostinho Tchicanha tem dois grandes desejos, um espaço radiofónic­o ou televisivo de 5 a 10 minutos para falar de comida e partilhar os seus conhecimen­tos, e viajar por todo o país para “descobrir novos sabores fazendo a fusão entre o conhecido e o desconheci­do porque o país possui uma grande variedade de produtos que, infelizmen­te, a gastronomi­a nacional desconhece”.

“Sou feliz por ser o que sou hoje, sou exemplo para muita gente no Kikolo e não só, quero um dia estar no patamar de “chefs” de dimensão internacio­nal como Chakall, Ramsay, J.Oliver e Heliton Rodrigues”.

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