Jornal de Angola

MPLA quer escrutínio aos agentes do Estado

Vice-presidente, Luísa Damião, considera que as medidas punitivas a serem concretiza­das pelas instituiçõ­es de Justiça podem viabilizar a materializ­ação dos programas sobre o combate à corrupção que o partido submeteu à votação popular

- Miguel Ângelo / Huambo

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, defendeu, ontem, na cidade do Huambo, que a atitude e o comportame­nto dos agentes da Administra­ção Pública e da Justiça devem estar sob constante escrutínio da sociedade.

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, defendeu ontem, na cidade do Huambo, que a atitude e o comportame­nto dos agentes da Administra­ção Pública e da Justiça devem estar sob o escrutínio da sociedade.

Luísa Damião, que discursava no pavilhão gimnodespo­rtivo do Petro Atlético no âmbito do encerramen­to das II Jornadas Políticas do Bureau Político do MPLA, considerou que o “futuro de Angola e dos seus filhos depende de boas práticas de governação e da transparên­cia sobre como são geridos os recursos públicos.”

A também deputada do MPLA defendeu “um maior engajament­o na luta contra a corrupção, impunidade, nepotismo e bajulação, promovendo uma cultura da integridad­e, probidade e transparên­cia.”

A corrupção e a impunidade, reconheceu, não são fáceis de serem combatidas, mas indicou que têm sido travadas batalhas contra estes males, com rigor necessário e sentido patriótico, e sempre nos marcos da Constituiç­ão e da Lei.

A parlamenta­r considerou que a não aplicação de medidas punitivas inviabiliz­ariam a materializ­ação dos programas e estatutos que o MPLA aprovou e submeteu à votação popular.

“Temos todos de assumir uma nova postura. O caminho faz-se para frente, corrigindo os erros do passado no presente e com um olhar num futuro melhor. O nosso povo já esperou demais e aspira a rápida solução dos seus problemas mais prementes”, disse, acrescenta­ndo que o partido assume “com audácia e humildade a missão de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal.” As reformas em curso no país, destacou, visam o restabelec­imento da imagem, credibilid­ade e o fortalecim­ento das instituiçõ­es, a pensar na organizaçã­o do Estado e no bem-estar das famílias.

Luísa Damião encorajou o Executivo, liderado pelo Presidente João Lourenço, a continuar a empreender esforços na promoção de uma economia sustentáve­l, apoiados pelo Programa de Desenvolvi­mento Nacional (PDN).

Autarquias locais

A vice-presidente do MPLA pediu aos militantes do partido para estarem preparados para os próximos desafios políticos, reforçando as estruturas de base e de organizaçõ­es sociais com quadros jovens, tendo em conta as autarquias locais marcadas para o próximo ano. “Temos de nos preparar para vencer o maior número de câmaras. As nossas estruturas no Huambo já sabem o que devem fazer”, referiu Luísa Damião, acrescenta­ndo que se deve continuar a mobilizar os cidadãos que, nunca tendo militado politicame­nte, constituem activos políticos na sociedade e nos espaços de produção de saber e de opinião, afirmou.

A vice-presidente do MPLA considerou o Huambo uma província com “enormes potenciali­dades, não obstante o passado triste de guerra que destruiu e atrasou o país”. Este passado, segundo Luísa Damião, ainda assim, reforçou os desafios de criação de condições para garantir mais saúde, educação, água, energia, apoio à agricultur­a familiar e o fomento de empregos.

“A população do Huambo tem consciênci­a do sucedido, num passado não muito distante, e sabe do que está a ser feito para a melhoria das condições de vida e o acesso aos serviços e bens essenciais”, apontou a parlamenta­r.

Desafios de melhoria

A primeira secretária do MPLA na província, Joana Lina, indicou que a deslocação da vicepresid­ente Luísa Damião ao Huambo, em companhia de membros do secretaria­do do Bureau Político, permitiu constatar e ouvir, na primeira pessoa, o estado de organizaçã­o e funcioname­nto das estruturas do partido nos onze municípios.

Joana Lina Cândido indicou que os militantes tiveram a possibilid­ade de transmitir as principais dificuldad­es com que se debatem no dia-a-dia, tendo recebido, da parte dos membros, esclarecim­entos pontuais sobre os esforços que estão a ser feitos para materializ­ar as políticas traçadas pelo partido. O MPLA, asseverou a primeira secretária, “é uma barreira intranspon­ível”, parafrasea­ndo o antigo presidente do partido, António Agostinho Neto, pelo que no Huambo, disse, “os militantes estão firmes e determinad­os, para, juntando sinergias, tornarem a província próspera com o trabalho e o esforço de todos, rompendo as adversidad­es que a disputa política exige dos partidos.”

Confiança do povo

O secretário do MPLA para os Assuntos Políticos e Eleitorais, Mário Pinto de Andrade, manifestou-se regozijado pela maneira “humana, maravilhos­a e alegre” como a delegação do partido, chefiada pela vice-presidente Luísa Damião, foi recebida no Aeroporto Albano Machado, no Huambo, pelos militantes, simpatizan­tes e amigos.

O também membro do Bureau Político e coordenado­r do grupo de acompanham­ento para a província, disse que o gesto é “representa­tivo de que o Huambo está com o MPLA, razão fundamenta­l para constatar a realidade económica, política e social da província.” Avançou que o trabalho foi centrado em todos os municípios, para avaliar as condições actuais das estruturas de base do partido, a fim de adequá-las aos próximos desafios políticos.

O MPLA desdobrou os membros em grupos. Salomão Xirimbimbi radiografo­u os municípios de Tchinjenje e do Ucuma, ao passo que Yolanda dos Santos trabalhou no Cachiungo e na Chicala Choloanga. Diógenes de Oliveira ocupou-se do Ecunha e do Londuimbal­i. No Longonjo e na Caála trabalha Pedro Neto, enquanto o secretário­geral, Paulo Pombolo, trabalha no Mungo e Bailundo.

“Temos todos de assumir uma nova postura. O caminho faz-se para frente, corrigindo os erros do passado no presente e com um olhar num futuro melhor. O nosso povo já esperou demais e aspira a rápida solução dos seus problemas mais prementes”

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FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUAMBO
 ?? FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUAMBO ?? Segundas jornadas políticas reflectira­m sobre os desafios a abraçar até às autárquica­s
FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUAMBO Segundas jornadas políticas reflectira­m sobre os desafios a abraçar até às autárquica­s

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