MPLA quer escrutínio aos agentes do Estado
Vice-presidente, Luísa Damião, considera que as medidas punitivas a serem concretizadas pelas instituições de Justiça podem viabilizar a materialização dos programas sobre o combate à corrupção que o partido submeteu à votação popular
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, defendeu, ontem, na cidade do Huambo, que a atitude e o comportamento dos agentes da Administração Pública e da Justiça devem estar sob constante escrutínio da sociedade.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, defendeu ontem, na cidade do Huambo, que a atitude e o comportamento dos agentes da Administração Pública e da Justiça devem estar sob o escrutínio da sociedade.
Luísa Damião, que discursava no pavilhão gimnodesportivo do Petro Atlético no âmbito do encerramento das II Jornadas Políticas do Bureau Político do MPLA, considerou que o “futuro de Angola e dos seus filhos depende de boas práticas de governação e da transparência sobre como são geridos os recursos públicos.”
A também deputada do MPLA defendeu “um maior engajamento na luta contra a corrupção, impunidade, nepotismo e bajulação, promovendo uma cultura da integridade, probidade e transparência.”
A corrupção e a impunidade, reconheceu, não são fáceis de serem combatidas, mas indicou que têm sido travadas batalhas contra estes males, com rigor necessário e sentido patriótico, e sempre nos marcos da Constituição e da Lei.
A parlamentar considerou que a não aplicação de medidas punitivas inviabilizariam a materialização dos programas e estatutos que o MPLA aprovou e submeteu à votação popular.
“Temos todos de assumir uma nova postura. O caminho faz-se para frente, corrigindo os erros do passado no presente e com um olhar num futuro melhor. O nosso povo já esperou demais e aspira a rápida solução dos seus problemas mais prementes”, disse, acrescentando que o partido assume “com audácia e humildade a missão de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal.” As reformas em curso no país, destacou, visam o restabelecimento da imagem, credibilidade e o fortalecimento das instituições, a pensar na organização do Estado e no bem-estar das famílias.
Luísa Damião encorajou o Executivo, liderado pelo Presidente João Lourenço, a continuar a empreender esforços na promoção de uma economia sustentável, apoiados pelo Programa de Desenvolvimento Nacional (PDN).
Autarquias locais
A vice-presidente do MPLA pediu aos militantes do partido para estarem preparados para os próximos desafios políticos, reforçando as estruturas de base e de organizações sociais com quadros jovens, tendo em conta as autarquias locais marcadas para o próximo ano. “Temos de nos preparar para vencer o maior número de câmaras. As nossas estruturas no Huambo já sabem o que devem fazer”, referiu Luísa Damião, acrescentando que se deve continuar a mobilizar os cidadãos que, nunca tendo militado politicamente, constituem activos políticos na sociedade e nos espaços de produção de saber e de opinião, afirmou.
A vice-presidente do MPLA considerou o Huambo uma província com “enormes potencialidades, não obstante o passado triste de guerra que destruiu e atrasou o país”. Este passado, segundo Luísa Damião, ainda assim, reforçou os desafios de criação de condições para garantir mais saúde, educação, água, energia, apoio à agricultura familiar e o fomento de empregos.
“A população do Huambo tem consciência do sucedido, num passado não muito distante, e sabe do que está a ser feito para a melhoria das condições de vida e o acesso aos serviços e bens essenciais”, apontou a parlamentar.
Desafios de melhoria
A primeira secretária do MPLA na província, Joana Lina, indicou que a deslocação da vicepresidente Luísa Damião ao Huambo, em companhia de membros do secretariado do Bureau Político, permitiu constatar e ouvir, na primeira pessoa, o estado de organização e funcionamento das estruturas do partido nos onze municípios.
Joana Lina Cândido indicou que os militantes tiveram a possibilidade de transmitir as principais dificuldades com que se debatem no dia-a-dia, tendo recebido, da parte dos membros, esclarecimentos pontuais sobre os esforços que estão a ser feitos para materializar as políticas traçadas pelo partido. O MPLA, asseverou a primeira secretária, “é uma barreira intransponível”, parafraseando o antigo presidente do partido, António Agostinho Neto, pelo que no Huambo, disse, “os militantes estão firmes e determinados, para, juntando sinergias, tornarem a província próspera com o trabalho e o esforço de todos, rompendo as adversidades que a disputa política exige dos partidos.”
Confiança do povo
O secretário do MPLA para os Assuntos Políticos e Eleitorais, Mário Pinto de Andrade, manifestou-se regozijado pela maneira “humana, maravilhosa e alegre” como a delegação do partido, chefiada pela vice-presidente Luísa Damião, foi recebida no Aeroporto Albano Machado, no Huambo, pelos militantes, simpatizantes e amigos.
O também membro do Bureau Político e coordenador do grupo de acompanhamento para a província, disse que o gesto é “representativo de que o Huambo está com o MPLA, razão fundamental para constatar a realidade económica, política e social da província.” Avançou que o trabalho foi centrado em todos os municípios, para avaliar as condições actuais das estruturas de base do partido, a fim de adequá-las aos próximos desafios políticos.
O MPLA desdobrou os membros em grupos. Salomão Xirimbimbi radiografou os municípios de Tchinjenje e do Ucuma, ao passo que Yolanda dos Santos trabalhou no Cachiungo e na Chicala Choloanga. Diógenes de Oliveira ocupou-se do Ecunha e do Londuimbali. No Longonjo e na Caála trabalha Pedro Neto, enquanto o secretáriogeral, Paulo Pombolo, trabalha no Mungo e Bailundo.
“Temos todos de assumir uma nova postura. O caminho faz-se para frente, corrigindo os erros do passado no presente e com um olhar num futuro melhor. O nosso povo já esperou demais e aspira a rápida solução dos seus problemas mais prementes”