Diamantes vão gerar três mil postos de trabalho
Produção esperada de 60 mil quilates por mês nas três concessões tem potencial para crescer para 100 mil
Três projectos de exploração diamantífera são abertos até Janeiro do próximo ano pela Endiama nas localidades de Furi, Cassanguidi e Chimbongo, na LundaNorte, em operação que geram cerca de três mil postos de trabalho, revelou ontem, no Dundo, o presidente do Conselho de Administração da companhia.
Ganga Júnior, que falava no final de uma visita de avaliação dos níveis do reforço da fiscalização e monitorização das cooperativas semi-industriais de diamantes implantadas na Lunda-Norte, estimou que os novos projectos, a funcionarem no corredor Dundo-Nzaji, vão produzir 60 mil quilates por mês.
Indicou que o projecto Furi tem um investimento inicial de cerca de 25 milhões de dólares, enquanto os projectos Cassanguidi e Chibomgo podem absorver entre 20 a 30 milhões de dólares.
A Endiama, disse o presidente do Conselho de Administração da companhia, pretende atingir naquela região a meta de 100 mil quilates por mês, incluindo a produção do projecto Chitotolo, que já opera no referido corredor mineiro há muitos anos.
Ganga Júnior garantiu que o recrutamento da força de trabalho vai ser feito nas localidades onde os projectos mineiros serão implantados, como estratégia para elevar o nível de emprego na Lunda-Norte.
“A força de trabalho será quase exclusivamente aqui da região e pensamos que, com estes três projectos, podemos criar mais de mil postos de trabalho que poderão aumentar na mesma medida dos níveis de produção”, afirmou.
O gestor revelou que 240 cooperativas estão licenciadas em todo o país, sendo a província da Lunda-Norte, com 100, a que concentra o maior número. “Neste momento temos essas empresas credenciadas em todo o país, embora muitas ainda não se encontram em funcionamento por estarem a preparar as condições”, esclareceu, reconhecido o número “excessivo”.
Ganga Júnior adiantou, a propósito, que durante o processo de selecção não foram observados vários critérios fundamentais, como questões objectivas que têm a ver com os aspectos geológicos, económicos e financeiros.
Anunciou um processo de revisão e renovação das licenças das cooperativas semi-industriais “mais rigoroso, credenciando apenas empresas que demonstram capacidade de sustentabilidade económica e financeira”.
Delimitação das concessões
Sobre um diferendo de delimitação das áreas de concessão entre o projecto mineiro Chimbongo e a cooperativa semi-industrial de diamantes Chirimuena, o líder da Endiama informou que houve uma sobreposição e que a situação ficou ultrapassada com diálogo entre as partes. “Agora, todos os projectos mineiros industriais ou semi-industriais têm as áreas de concessão perfeitamente delimitadas”, referiu Ganga Júnior.
Furi conta com investimento inicial de cerca de 25 milhões de dólares, enquanto Cassanguidi e Chibomgo absorvem entre 20 a 30 milhões
Casos de conflitos entre empresas, revelou, também ocorreram na zona diamantífera do Cuango, Lunda-Norte, algo que resulta da apetência de “certas pessoas” por áreas onde julgam obter mais rendimento, chegando a ocupá-las de forma ilegal.
O porta-voz da “Operação Transparência”, António Bernardo, disse que a sobreposição que existiu entre o projecto de Chimbongo e a cooperativa Chirimuena resultou da incompreensão e deficiente interpretação dos documentos e mapas. “A cooperativa vai cessar as actividades que vinha desenvolvendo ilegalmente na área do Chimbongo e ocupar a que foi concedida pela Endiama”, sublinhou.
Duas importantes minas diamantíferas da Lunda-Norte figuram entre as cinco concessões para as quais é lançado amanhã, em Luanda, um concurso público internacional de atribuição de direitos de exploração. As minas são designadas de Camafuka Camazambo e Tchitengo.