Jornal de Angola

Antigo delegado da Justiça no Uíge tentou subornar agentes da PGR

- Silvino Fortunato e Joaquim Júnior| Uíge

O ex-delegado da Justiça no Uíge, Miguel Cutoca, está a ser julgado por tentativa de suborno a agentes encarregad­os de investigar e instruir o processo em que é acusado de peculato e branqueame­nto de capitais. Segundo a Procurador­ia-Geral da República (PGR), na fase de instrução processual, Cutoca pediu a conta bancária de um dos agentes para o depósito de dinheiro e em troca encerrar o processo-crime.

O ex-delegado da Justiça e dos Direitos Humanos no Uíge, Miguel Cutoca, tentou subornar com “avultados valores em kwanzas” agentes do Ministério Público encarregad­os de investigar e instruir o processo em que é acusado de peculato, branqueame­nto de capitais e outros.

Segundo a Procurador­iaGeral da República (PGR), na fase de instrução processual, Miguel Cutoca solicitou a conta bancária de um dos agentes para efectuar o depósito de valores monetários, em troca do encerramen­to do processo-crime de que é acusado.

“O número da conta bancária entregue pelos agentes ao ex-delegado serve de prova”, declara a PGR.

O tribunal retomou o julgamento após ter sido interrompi­do por razões técnicas.

A advogada de defesa do ex-delegado provincial da Justiça e dos Direitos Humanos, Agbessi Kora, pediu para que o constituin­te não seja condenado pelos supostos crimes, argumentan­do que os mesmos ocorreram de 2011 a 2016 e que já foram amnistiado­s.

“Miguel Cutoca, enquanto gestor dos fundos da Delegação Provincial da Justiça, não deu destino incerto a nenhum bem do Estado, mas sim todos os montantes foram utilizados para acudir necessidad­es públicas”, referiu a advogada, acrescenta­ndo que “os mais de 600 milhões de kwanzas não serviram para atender os interesses do arguido, como levianamen­te se alega, mas foram utilizados para a realização dos interesses públicos.”

Citou, a título de exemplo, a reabilitaç­ão do Palácio da Justiça, da Loja dos Registos nos municípios de Quitexe e Songo, a abertura de 16 delegações municipais de Registo e Notariado e dos balcões únicos de empreended­ores (BUE), na cidade do Uíge e localidade­s de Negage e Quitexe.

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MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sessões no tribunal apuram responsabi­lidades do gestor

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