Jornal de Angola

Novo inimigo para velho herói

O fim de uma lenda e o eventual renascer de outra. Está é a premissa do último título da série “Rambo”, que nos apresenta um homem bem mais amadurecid­o, mas ainda disposto a tudo pela pátria

- Adriano de Melo

Ajustado aos novos tempos, o velho herói de guerra, John Rambo, está de volta aos grandes ecrãs, para mais uma aventura, repleta de acção e muito patriotism­o, bem ao estilo norte-americano. Mas, agora o inimigo está mais próximo e representa um risco à nova geração. “Rambo: a última batalha” não parece ser o fim de uma série e sim a garantia de continuida­de. Desta vez, a história foca no tráfico de drogas e no crescente perigo deste fenómeno entre os jovens. Com isso, começamos a ver que a “guerra” já não está na selva, chegou até à cidade, com um “novo rosto”, armas modernas e muita influência. Rambo: a última batalha” é a visão do realizador Adrian Grunberg, para quem, actualment­e, os inimigos da sociedade podem estar mais próximo e é preciso todos estarem alerta e em prontidão para os combater, antes destes destruírem valores enraizados e arruinarem o futuro dos jovens. No filme, vemos que, com o tráfico de drogas, vem a prostituiç­ão, o medo e o controlo, princípios antagónico­s a culturas, como a americana, em que a liberdade está acima de tudo. Quem assistiu os filmes anteriores da série viu um herói de guerra preocupado em lutar contra a injustiça, primeiro no país de origem, onde os exsoldados eram tidos como possíveis marginais e portanto discrimina­dos. Depois, a luta foi mais além. Os inimigos passaram a ser mais poderosos. Porém, o objectivo sempre foi claro, a defesa da liberdade e toda a ideologia em torno deste princípio, na visão norte-americana. Agora que o soldado voltou para casa, mesmo depois de ter desistido das lutas e ter sido um barqueiro forçado a pegar em armas novamente, em “Rambo IV”, ele é novamente exposto a uma brutal realidade: as drogas e suas consequênc­ias. Assim, os cartéis passam a ser o novo inimigo. A luta, como é de se esperar, dá ao filme “requintes” de acção, capazes de levar o público a relembrar a “sagacidade e audácia” do “jovem John Rambo”. Embora seja um pouco rotineiro e tenha muito das produções anteriores, refiro-me às expectativ­as do espectador, que sabe de antemão como vai ser o final, este “último” filme da série tem impacto, argumento e história suficiente­s para se impor no mercado. O segredo do sucesso de “Rambo” sempre foi a ideologia por detrás de cada produção. É uma espécie de “espelho” da sociedade norte-americana, devido ao patriotism­o, entrega e, acima de tudo, a defesa de valores, como a liberdade antes de tudo. Por isso, o filme, com certeza, vai impor-se nas salas dos EUA e os milhares de fãs do herói vão garantir o seu êxito mundial.

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No último filme da série soldado trocou a guerra pela vida no rancho

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