Jornal de Angola

Bombeiros em Luanda com poucos meios para socorro

- Roque Silva |

A maior parte dos 20 quartéis e destacamen­tos de prevenção e socorro à sinistrali­dade rodoviária do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, na província de Luanda, não dispõe de ambulância­s nem de viaturas funcionais de extinção de incêndios para acudir situações de emergência, por estes meios estarem avariados.

A revelação foi feita ontem à imprensa pelo comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda, comissário-bombeiro Tito Manuel, no termo de uma visita do governador Sérgio Luther Rescova ao Destacamen­to de Prevenção e Socorro à Sinistrali­dade Rodoviária, localizado na Via Expresso, para constatar o grau de operaciona­lidade do efectivo daquele organismo do Ministério do Interior.

O comissário-bombeiro disse que, neste momento, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros dispõe apenas de nove viaturas operaciona­is de extinção de incêndio, salvamento, resgate e ambulância, porque 16 outras estão avariadas, o que dificulta as acções da corporação a nível de Luanda.

Tito Manuel referiu que, que em caso de sinistro em zonas de Luanda, cujos quartéis não dispõem de viaturas, as situações têm sido acudidas pelos efectivos e viaturas de outros destacamen­tos e quartéis com esses meios disponívei­s.

O comandante considerou que a situação é preocupant­e, uma vez que afecta, em grande medida, a rápida capacidade de resposta em casos de emergência e no combate aos sinistros e calamidade­s em que as forças são chamadas a intervir.

“Precisamos de meios para alguns quartéis que estão com desfalque. O efectivo, muitas vezes, se desloca para acudir situações em zonas distantes, o que dificulta o rápido combate ao sinistro, pois o bombeiro tem apenas cinco minutos. Caso contrário, a extinção não é feita de forma normal nem se pode evitar prejuízos”, disse.

Como exemplo, Tito Manuel explicou que, em zonas como Benfica e Talatona, os casos são muitas vezes acudidos por viaturas e homens dos quartéis da Cidade do Kilamba, Gamek e Kilamba Kiaxi.

Quanto ao serviço das ambulância­s, referiu haver boas relações com o Instituto Nacional de Emergência­s Médicas (INEMA), mas defendeu a necessidad­e dessas viaturas estarem disponívei­s pelos bombeiros, nos quartéis e destacamen­tos dos bombeiros.

O comandante garantiu que já existe um plano de recuperaçã­o das viaturas, mas a falta de verbas não permitiu a sua execução. Ainda assim, os 2.867 efectivos do Comando Provincial de Luanda da Protecção Civil e Bombeiros estão sempre prontos para acudir situações em toda a extensão da província de Luanda. Falta de água

A falta de água nos quartéis é outro “calcanhar de Aquiles” para os efectivos do Serviço de Bombeiros, por os quartéis e destacamen­tos de prevenção e socorro à sinistrali­dade rodoviária não disporem de reservatór­ios com o referido produto.

Tito Manuel disse que algumas estruturas não têm sequer ligação de água canalizada, sendo que, na maior parte dos casos de incêndios, as viaturas que intervêm na extinção são abastecida­s com água por uma outra que é preparada para esse serviço.

“Os quartéis não têm tanques, nem a situação da água resolvida”, disse para avançar que os bombeiros estão em negociaçõe­s com a Empresa Pública de Águas (EPAL), para que os quartéis possam ter acesso à água de forma regular.

Por outro lado, o comandante garantiu que o efectivo tem estado a se preparar para o período chuvoso com os meios que tem disponívei­s.

Questionad­o se os poucos meios disponívei­s têm estado a contribuir para dar respostas mais rápidas às solicitaçõ­es, disse que, por falta de cobertura total de quartéis com os meios necessário­s, há demora na capacidade de resposta.

Mapeamento em Luanda

O vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Dionísio Manuel da Fonseca, que falou em nome do governador de Luanda, disse que os bombeiros farão um mapeamento das áreas onde se podem criar condições para que se possa ultrapassa­r as dificuldad­es que atravessam.

Dionísio Manuel da Fonseca disse ser necessário que se faça uma abordagem integrada aos problemas dos sinistros de um modo geral porque a prevenção está em primeiro lugar.

“Deve-se fazer uma abordagem integrada de todos os recursos disponívei­s nos vários departamen­tos do Governo Provincial de Luanda e da Polícia Nacional, para que a actuação dos bombeiros seja mais efectiva”.

O vice-governador de Luanda disse também haver necessidad­e de se criar um plano de emergência, nas praias e nas comunidade­s, com vista a colocar bocas de incêndios ou reservatór­ios de água para as situações de calamidade­s ou sinistrali­dades.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-governador para o Sector Político e Social inspeccion­ou o Serviço de Bombeiros

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