Jornal de Angola

Angola gera dez mil megawatts em 2025

Capacidade instalada até 2025 é a prevista nos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l instituído­s pela ONU

-

Angola figura, ao lado do Senegal, entre os países africanos próximos de atingir uma capacidade de geração de 10 mil megawatts (MW) de energia limpa até 2025, uma meta subjacente aos objectivos de desenvolvi­mento sustentáve­l 7 (ODS 7), noticiou o Africa Energy Portal (AEP) com base em dados da Cimeira da Acção pelo Clima das Nações Unidas, realizada em fins de Setembro, em Nova Iorque.

Num artigo posterior à cimeira, o AEP considera que Angola se destaca nessa iniciativa que também envolve, com grande proeminênc­ia, a Namíbia e o Senegal, além de doadores de fundos, promotores de projectos e a Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA).

A publicação cita o Presidente da República, João Lourenço, a apresentar factos da evolução da iniciativa durante a cimeira, apontando a inovação e o impacto da introdução do financiame­nto do sector privado no apoio a países africanos com aspirações energética­s e climáticas próprias, deixando aos governos as funções da regulação.

A cimeira, escreve o AEP, foi convocada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para “subir o tom” ao apelo à electrific­ação e ao desenvolvi­mento de resiliênci­a climática de África, gerando, até 2025, capacidade nacional de dez mil MW de energia “mais rápido, melhor e mais limpa.”

Os ODS 7 baseiam-se no envolvimen­to do sector privado num processo de aceleração da utilização de energias limpas para a provisão de electricid­ade em África, o que dá lugar a que o continente contribua de forma mais ambiciosa e determinad­a para a acção pelo clima.

Iniciativa de aceleração

Na cimeira, a CEA, com o apoio dos governos de Angola, Namíbia e Senegal, bem como do Banco de Desenvolvi­mento da África Austral e Africa50 (um fundo de investimen­to continenta­l), lançou uma iniciativa a favor da aceleração dos ODS 7.

A iniciativa consiste em congregar países, financiado­res e promotores na concertaçã­o da escala, velocidade e sustentabi­lidade para o financiame­nto do sector privado, por forma a cobrir as necessidad­es energética­s na perspectiv­a de uma acção climática, ao mesmo tempo que é viabilizad­o o investimen­to em infra-estruturas de transmissã­o e distribuiç­ão para ligar os pólos energético­s do continente africano.

A procura energética em África está a aumentar devido a factores como o cresciment­o demográfic­o, crescente classe média, industrial­ização, comércio, urbanizaçã­o e as alterações climáticas, escreve o AEP com base nas discussões que ocorreram durante a cimeira.

A publicação cita a secretária executiva da ECA, Vera Songwe, a afirmar durante a Cimeira que “o actual nível de empenho do sector privado no sector da Energia continua a ser muito fraco, dado o tamanho do mercado, embora tenha havido alguns investimen­tos significat­ivos.”

Vera Songwe sublinhou que, apesar de África possuir abundantes recursos energético­s renováveis, entre os quais se conta as fontes solar, hídrica, eólica e geotérmica, “o que os nossos países necessitam é de investimen­tos para operar estes recursos em prol do desenvolvi­mento social e económico.

O presidente da Comissão Executiva do Africa50, Alain Ebobissé, apontou um modelo de negócio para este atingir os ODS 7, assente no financiame­nto à passagem de activos renováveis de energia actualment­e detidos pelos governos africanos, para o sector privado.

“Isso libertará capital de investimen­to para novos projectos de energias renováveis e pode ter um efeito catalítico na melhoria do acesso às energias sustentáve­is em todo o continente”, afirmou Alain Ebobissé.

Angola destaca-se na iniciativa que também envolve, com proeminênc­ia, a Namíbia e o Senegal, além de doadores de fundos

 ?? DR ?? Acções de electrific­ação em Angola com apreciação positiva por parceiros nas Nações Unidas
DR Acções de electrific­ação em Angola com apreciação positiva por parceiros nas Nações Unidas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola