Forças Armadas são a reserva moral do Estado
Forças Armadas Angolanas reafirmaram ontem a necessidade de actualização e de modernização para os desafios futuros
O Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço, considerou ontem, em Luanda, que a data de fundação das Forças Armadas Angolanas (FAA) se enquadra nos “anais da nossa História recente como expressão mais alta da determinação do nosso Povo na luta pela Paz, Unidade e Reconciliação nacional.”
Numa mensagem de felicitações por ocasião dos 28 anos de criação das FAA, João Lourenço disse que “graças ao heroísmo, firmeza e determinação dos nossos bravos combatentes, muitos dos quais tombaram nas frentes de combate na defesa dos superiores interesses da nação angolana, esta grande batalha pela Paz e o Progresso Social foi vencida e, hoje, as nossas Forças Armadas constituem, por mérito próprio, um orgulho para todo o nosso Povo, de Cabinda ao Cunene.”
“Criadas nos primórdios da década de noventa, altura em que o contexto geopolítico internacional era marcado pelos resquícios da «Guerra Fria» entre as grandes potências mundiais e pelo emergir de novos actores, as Forças Armadas Angolanas foram capazes de ultrapassar momentos de crise e de profunda desconfiança entre as partes signatárias dos Acordos de Paz, reorganizando a sua estrutura e sistema de forças com a celeridade que se impunha, adaptando-as às difíceis circunstâncias que o país então vivia”, lê-se na mensagem dirigida a todos os oficiais generais e almirantes, aos oficiais, sargentos, praças e trabalhadores civis. O Presidente da República e Comandante-em-Chefe das FAA considera que, “pela brilhante trajectória percorrida, os nossos militares representam, nos tempos actuais, a expressão mais sublime da verdadeira unidade e reconciliação na-cional onde todas as diferenças se esbatem.”
João Lourenço refere, entretanto, que as transformações ocorridas nos últimos tempos no cenário político regional e internacional colocam novos desafios consubstanciados fundamentalmente nas operações de manutenção da paz e de apoio humanitário às populações carentes, sem desprimor pela garantia da defesa da integridade do solo pátrio contra potenciais riscos e ameaças.
“Por esta razão, não obstante as limitações com que o país se debate em consequência de factores sobejamente conhecidos, aproveito esta ocasião festiva para reafirmar o propósito do Governo angolano no quadro do Programa de Reestruturação das FAA em continuar a apetrechá-las com meios técnicos e equipamentos modernos que lhes permitam manter a sua permanente prontidão operacional”, lê-se na nota.
Paralelamente a este esforço, considera o Presidente, a formação de especialistas a todos os níveis, o melhoramento das condições de vida e de trabalho dos quadros de comando e chefia e das tropas em geral, vão igualmente continuar no centro das prioridades dos órgãos competentes.
João Lourenço aproveitou a ocasião para "render uma profunda homenagem de respeito, admiração e apreço a todos os militares que, ao serviço das FAA, deram o melhor de si, consentindo sacrifícios, muitos dos quais da própria vida, pela causa dos valores mais nobres do Povo Angolano."
O Comandante-em-Chefe aproveitou a ocasião para reiterar "as minhas vivas felicitações aos bravos militares e trabalhadores civis das Forças Armadas Angolanas, augurando muita saúde e firmeza, com a plena certeza de que saberão honrar a confiança depositada, mantendose permanentemente à altura da missão que lhes foi incumbida pois, a Pátria, aos seus filhos não implora, ordena!"
Cerimónia nacional
O ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”, apelou, ontem, aos efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) no sentido de continuarem a cumprirem a missão de guardar o território e defender a pátria de todos os angolanos.
Salviano de Jesus Sequeira “Kianda”, que falava no município do Ambriz, província do Bengo, durante o acto alusivo ao 28º aniversário das Forças Armadas Angolanas, defendeu que os efectivos das FAA devem cumprir o compromisso que assumiram de continuarem a ser a “reserva moral do Estado”.
“Nestas circunstâncias, os militares devem juntar-se aos esforços do Comandanteem-Chefe, João Lourenço, na luta contra a corrupção, nepotismo, bajulação, tribalismo, racismo e outros males que vêm dilacerando a sociedade angolana”, disse.
O ministro da Defesa Nacional realçou que os efectivos das FAA são o escudo da Nação, os guardiões da paz, da independência e da integridade do país. Por este facto, defendeu, devem estar sob alerta, devido ao contexto complexo que é marcado pela incerteza.