As duas anteriores operações
A ofensiva desencadeada ontem pela Turquia no Norte da Síria é a terceira operação militar de Ancara contra os combatentes curdos das Unidades de Protecção Popular (YPG) desde 2016.
De acordo com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a operação "Fonte de Paz" é dirigida contra os "terroristas" do YPG e do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), e tem por objectivo instaurar uma "zona de segurança" para "permitir o regresso dos refugiados sírios ao seu país".
Operação "Escudo do Eufrates"
Em 24 de Agosto de 2016, a Turquia lançou a operação militar "Escudo do Eufrates" no Norte da Síria, do outro lado da fronteira. Em algumas horas, centenas de rebeldes sírios apoiados pela aviação e tanques turcos conquistam a cidade de Jarablus aos 'jihadistas' do EI. Ancara considera as YPG como um prolongamento do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a rebelião curda no Sudeste do país que combate o Exército turco desde 1984 e considerada uma "organização terrorista" pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia.
Operação "Ramo de oliveira"
Em 20 de Janeiro de 2018, a Turquia lança uma ofensiva terrestre e aérea designada "Ramo de oliveira" contra as YPG na região de Afrine (Noroeste), um dos três cantões da região autónoma curda do Norte da Síria (também designada por Rojava), assente no federalismo democrático, democracia directa, igualdade de género e sustentabilidade, autoproclamada em 2016.
No dia seguinte, tanques, veículos blindados e militares turcos entram na região de Afrine. O Primeiro-Ministro turco indica que o objectivo consiste no estabelecimento de uma "zona de segurança" com uma extensão de 30 quilómetros a partir da fronteira.
Em 18 de Março, as forças turcas e aliados sírios apoderam-se da totalidade de Afrine, até então controlada pelas YPG. De acordo com a ONU, metade dos 320 mil habitantes abandonaram as casas.