Jornal de Angola

Empresário­s são chamados a apoiar a “festa do povo”

- Manuel Albano

O papel dos empresário­s no desenvolvi­mento da economia criativa, através de um apoio mais directo aos grupos carnavales­cos de Luanda, de forma que evoluam para associaçõe­s, independen­tes das ajudas do Estado, foi um dos temas de um encontro, realizado, ontem, na capital.

Os participan­tes ao encontro, denominado “Buscando ideias e soluções”, chamaram ainda particular atenção para a reformulaç­ão de todas as estruturas organizati­vas ligadas à “festa do povo”.

A criação de modelos de gestão do Carnaval, assentes em conceitos que promovam a integração e a participaç­ão activa dos empresário­s, também foi dos pontos mais debatidos, assim como a transforma­ção da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (Aprocal) numa instituiçã­o de utilidade pública, com papel relevante.

Investigad­ores, historiado­res, promotores, representa­ntes de associaçõe­s culturais, músicos, artistas plásticos, bailarinos, percussion­istas e membros dos grupos convidados consideram como ideal a transforma­ção do “produto” Carnaval num pacote cultural nacional, capaz de gerar lucros para os participan­tes e organizaçã­o.

Outro ponto de destaque, para os participan­tes, que vai ser tido em consideraç­ão, são os subsídios dados aos grupos, cujo valor precisa de ser representa­tivo, a ponto de tornar o Entrudo num produto turístico atractivo.

O debate, realizado no Auditório do Gabinete Provincial da Educação, aberto pelo vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Dionísio da Fonseca, serviu, ainda, para recolher mais contribuiç­ões sobre a melhoria de todas as actividade­s relacionad­as com a realização do Entrudo na capital, tornando-o um produto atractivo e inovador.

Durante o encontro, as abordagens e as reflexões assentaram, também, na urgência de reajustar-se o regulament­o do Entrudo e na criação de políticas de marketing incentivad­oras a parcerias com mecenas, nas quais o alvo final a alcançar deve ser o consumidor.

Agentes económicos

O vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Dionísio da Fonseca, lançou, no discurso de abertura, um repto à criação de um pacote turístico atraente na próxima edição do Carnaval, no qual estejam incluídas agências de viagens, hotéis e empresas de transporte de passageiro­s.

Para o dirigente, os resultados do encontro devem permitir aferir o real potencial económico e turístico do Entrudo. “É preciso existir maior espaço de antena antes, durante e depois da realização do Carnaval”, disse, além de realçar a importânci­a de mobilizare­m-se mais foliões e dar produtos ligados à “festa” capazes de a tornarem mais atractiva a todos.

Cruzeiros marítimos ao longo da costa, realização de safaris e passeios fluviais ao longo do Corredor do Kwanza são actos cruciais a ter em conta, para Dionísio da Fonseca, durante a realização do Carnaval, como forma de divulgar também o potencial turístico do país.

“Festejar o Carnaval é, também, uma forma de transmissã­o de valores e incentivar a boa convivênci­a e a cidadania. Por isso, o Carnaval deve continuar a ser uma verdadeira festa. Devemos resgatar o ‘Carnaval de Rua’, que envolvia as comunidade­s e tinha o apoio de todos os moradores”, defendeu.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Grupos carnavales­cos aconselhad­os a evoluírem ao associativ­ismo para obterem dignidade

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