Empresários são chamados a apoiar a “festa do povo”
O papel dos empresários no desenvolvimento da economia criativa, através de um apoio mais directo aos grupos carnavalescos de Luanda, de forma que evoluam para associações, independentes das ajudas do Estado, foi um dos temas de um encontro, realizado, ontem, na capital.
Os participantes ao encontro, denominado “Buscando ideias e soluções”, chamaram ainda particular atenção para a reformulação de todas as estruturas organizativas ligadas à “festa do povo”.
A criação de modelos de gestão do Carnaval, assentes em conceitos que promovam a integração e a participação activa dos empresários, também foi dos pontos mais debatidos, assim como a transformação da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (Aprocal) numa instituição de utilidade pública, com papel relevante.
Investigadores, historiadores, promotores, representantes de associações culturais, músicos, artistas plásticos, bailarinos, percussionistas e membros dos grupos convidados consideram como ideal a transformação do “produto” Carnaval num pacote cultural nacional, capaz de gerar lucros para os participantes e organização.
Outro ponto de destaque, para os participantes, que vai ser tido em consideração, são os subsídios dados aos grupos, cujo valor precisa de ser representativo, a ponto de tornar o Entrudo num produto turístico atractivo.
O debate, realizado no Auditório do Gabinete Provincial da Educação, aberto pelo vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Dionísio da Fonseca, serviu, ainda, para recolher mais contribuições sobre a melhoria de todas as actividades relacionadas com a realização do Entrudo na capital, tornando-o um produto atractivo e inovador.
Durante o encontro, as abordagens e as reflexões assentaram, também, na urgência de reajustar-se o regulamento do Entrudo e na criação de políticas de marketing incentivadoras a parcerias com mecenas, nas quais o alvo final a alcançar deve ser o consumidor.
Agentes económicos
O vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Dionísio da Fonseca, lançou, no discurso de abertura, um repto à criação de um pacote turístico atraente na próxima edição do Carnaval, no qual estejam incluídas agências de viagens, hotéis e empresas de transporte de passageiros.
Para o dirigente, os resultados do encontro devem permitir aferir o real potencial económico e turístico do Entrudo. “É preciso existir maior espaço de antena antes, durante e depois da realização do Carnaval”, disse, além de realçar a importância de mobilizarem-se mais foliões e dar produtos ligados à “festa” capazes de a tornarem mais atractiva a todos.
Cruzeiros marítimos ao longo da costa, realização de safaris e passeios fluviais ao longo do Corredor do Kwanza são actos cruciais a ter em conta, para Dionísio da Fonseca, durante a realização do Carnaval, como forma de divulgar também o potencial turístico do país.
“Festejar o Carnaval é, também, uma forma de transmissão de valores e incentivar a boa convivência e a cidadania. Por isso, o Carnaval deve continuar a ser uma verdadeira festa. Devemos resgatar o ‘Carnaval de Rua’, que envolvia as comunidades e tinha o apoio de todos os moradores”, defendeu.