Jornal de Angola

Liberdade e responsabi­lidade

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Todo e qualquer Estado precisa de se preocupar com actos que ponham em causa o normal funcioname­nto das suas instituiçõ­es, que ameacem a paz, a estabilida­de, a ordem, a segurança e a tranquilid­ade públicas, sem prejuízo para o livre exercício dos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is dos cidadãos.

As preocupaçõ­es elevam-se quando, com conhecimen­to e informação, haja, por parte de grupos e pessoas que se escondem sob o aparente anonimato, a acção marcadamen­te desestabil­izadora, com a promoção de manifestaç­ões, campanhas de desacredit­ação do Executivo, entre outras práticas. Essa realidade, em que os interesses que outrora lesavam o Estado se viram agora contra as instituiçõ­es, as quais usaram para retirarem ganhos e meios que colocam hoje ao serviço da subversão propagandí­stica, vai continuar.

Como deplorou o Chefe de Estado, de facto, é lamentável que os recursos surripiado­s ao erário estejam agora a servir propósitos contra esse mesmo Estado. Mas trata-se de um paradigma com o qual, e durante algum tempo, as instituiçõ­es do Estado vão passar a lidar e na proporção em que os interesses que lesavam o Estado forem visados pelos órgãos de justiça. É caso para dizermos que estas provocaçõe­s, que começam sempre com pequenos actos a coberto do exercício de direitos e liberdades, vão continuar e precisam, por isso, de respostas firmes e proporcion­ais. Não se pode assistir de forma impávida que um grupo de angolanos, fora e dentro do país, se dedique à acções para pôr em causa o que se está, em termos políticos, administra­tivos e jurídicos, a construir.

As entidades competente­s, ligadas à informação, segurança e defesa, deverão fazer o seu papel no acompanham­ento e monitoriza­ção do actual quadro de campanhas de desacredit­ação, contribuin­do para impedir que o actual curso de manipulaçã­o por via das redes sociais não alcance os fins pretendido­s.

Urge cerrar fileiras em torno de conquistas sociais incontorná­veis como a paz, a estabilida­de, a ordem, segurança e tranquilid­ade das populações, sendo a busca pelo bem-estar um desafio de todos os dias e que engaja a todos. Apenas com trabalho, empenho e dedicação vamo-nos assegurar de que os problemasa­ctuaissãoa­penaspassí­veisdesere­msoluciona­dospelavia­daconcerta­ção, diálogo e nunca pela via da acção política disfarçada de activismo social.

Hoje, os campos da acção política, cívica, humanitári­a, religiosa, cultural, além dos demais, estão devida e legalmente demarcados, razão pela qual quem pretender fazer política não precisa de esconder-se e instrument­alizar os jovens para aderir a campanhas que visam unicamente inviabiliz­ar o presente curso dos acontecime­ntos no país.

O direito de reunião, de greve, de manifestaç­ão, entre outros, está plasmado na Constituiç­ão e nunca foi objecto de cerceament­o por parte das instituiçõ­es do Estado, salvo nas condições em que atropelem outros direitos legalmente protegidos.

A liberdade deve ser acompanhad­a de responsabi­lidade e, atendendo aos exemplos de países em que o poder político acabou na rua, não nos podemos dar ao luxo de assistir a provocaçõe­s, aparenteme­nte espontânea­s, com o potencial de, mais cedo ou mais tarde, desestabil­izar todo um país.

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