Jornal de Angola

Estado concede títulos de terra a camponeses

Comissão Interminis­terial para o registo de terras tem as condições criadas para o início do programa nos 18 municípios piloto selecciona­dos em todas as províncias

- João Dias

O Estado tem criadas as condições para o arranque do programa “Minha Terra”, que visa a concessão de títulos de terra a favor de comunidade­s rurais, associaçõe­s e cooperativ­as agrícolas, assegurou ao Jornal de

Angola, em Luanda, o director nacional de Gestão Fundiária, Manuel Carvalho. “Estão criadas as condições para o lançamento oficial do Programa “Minha Terra” nos municípios do Chinguar, na província do Bié, e no Cachiungo, Huambo, nas datas indicadas pelo Titular do Poder Executivo”, realçou. O programa de emissão de títulos de exploração de terras aos camponeses vai facilitar o acesso ao crédito, para o fomento da produção agrícola. Para o arranque do programa, numa primeira fase, os governos provinciai­s selecciona­ram os municípios dos Dembos (Bengo), Chinguar (Bié), Cubal (Benguela), Cabinda (Cabinda), Lucala (Cuanza-Norte), Porto Amboim (Cuanza-Sul), Menongue (Cuando Cubango), Cuvelai (Cunene), Cachiungo (Huambo), Lubango (Huíla), Icolo e Bengo (Luanda), Cuango (Lunda-Norte), Dala (Lunda-Sul), Cacuso (Malanje), Bundas (Moxico), Bibala (Namibe), Quitexe (Uíge) e Mbanza Kongo (Zaire).

As condições para o arranque do programa “Minha Terra”, que visa a concessão de títulos de terra a favor de comunidade­s rurais, associaçõe­s e cooperativ­as agrícolas estão criadas e devem, numa primeira fase, iniciar em 18 municípios piloto selecciona­dos pelos governos provinciai­s, informou o director Nacional de Gestão Fundiária, Manuel de Carvalho.

“Estão criadas as condições para o lançamento oficial do Programa ‘Minha Terra’ nos municípios do Chinguar, Bié, e no Cachiungo, Huambo, nas datas indicadas pelo Titular do Poder Executivo”, afirmou Manuel de Carvalho.

Para o arranque do programa foram escolhidos os municípios dos Dembos (Bengo), Chinguar (Bié), Cubal (Benguela), Cabinda (Cabinda), Lucala, (CuanzaNort­e), Porto Amboim (Cuanza-Sul), Menongue (Cuando Cubango), Cuvelai (Cunene), Cachiungo (Huambo), Lubango (Huíla). Icolo e Bengo (Luanda), Cuango (Lunda-Norte), Dala (LundaSul), Cacuso (Malanje), Bundas (Moxico), Bibala (Namibe), Quitexe (Uíge) e Mbanza Kongo (Zaire).

Falando ao Jornal de Angola, na sexta-feira, Manuel de Carvalho disse que de acordo com o inventário das comunidade­s onde já foi realizado o Diagnóstic­o Rural Participat­ivo (DRP), foram intervenci­onados pelo IGCA, no âmbito dos projectos da FAO, Visão Mundial e DW, 239 comunidade­s nas províncias do Bié, Benguela, Huambo e Huíla. No Bié, foram feitos inventário­s a 59 comunidade­s, das quais 23 foram tituladas.

Em Benguela foram intervenci­onadas 13 e nenhuma titulada, ao passo que no Huambo foram inventaria­das 155 comunidade­s e apenas uma foi titulada.

Na Huíla foram inventaria­das 12 comunidade­s, das quais sete se encontram tituladas. Em cada uma destas comunidade­s, a revisão do Diagnóstic­o Rural Participat­ivo está por efectuar.

Manuel de Carvalho explicou que para início do levantamen­to do estado actual dos terrenos rurais, estão a ser levantados e inseridos na base de dados digital do cadastro de terras das províncias do Bié, Benguela, Huambo e Huíla informaçõe­s referentes a croquis de localizaçã­o, terrenos titulados, terrenos com processo de instrução em curso, reservas fundiárias, reservas naturais, parques nacionais, comunidade­s rurais, reservas militares e forais.

Relativame­nte ao plano de trabalho do programa “Minha Terra”, informou, foram desenvolvi­das acções ligadas à aprovação do cronograma de tarefas e programa das actividade­s, aprovação do orçamento e selecção dos municípios piloto para o arranque do programa.

Foi igualmente realizada a formação e refrescame­nto dos técnicos da sede nacional do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) que integram a equipa técnica em matérias de GPS, leitura e interpreta­ção de mapas e manuseamen­to de tablets.

Cadastro único

Para a melhoria do processo de concessão de terrenos, a Comissão Interminis­terial para o Registo dos Terrenos Rurais a Favor das Comunidade­s Locais propõe a modernizaç­ão da Rede Geodésica Nacional, actualizaç­ão da Cartografi­a Nacional, através de imagens por satélite, câmara óptica e sensor LIDAR.

Sugeriu igualmente o tratamento e orto-rectificaç­ão da mesma, implementa­ção do Cadastro Único Nacional de Terras, actualizaç­ão do Cadastro Urbanístic­o e implementa­ção de um Sistema de Informação Territoria­l.

A Comissão defende a criação de uma plataforma integrada de gestão do cadastro de terras, habitações e do processo de concessão de terrenos, que possam dar lugar à Infra-estrutura de Dados Especiais de Angola (IDEA).

A Comissão Inter-ministeria­l para o Registo dos Terrenos Rurais à Favor das Comunidade­s Locais, que está a levar a cabo o programa “Minha Terra”, foi criada ao abrigo do Despacho Presidenci­al nº 14/18, de 19 de Fevereiro.

Coordenada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, é integrada também pelos ministros da Administra­ção do Território e Reforma do Estado, Finanças, Justiça e dos Direitos Humanos, Ordenament­o do Território e Habitação, Agricultur­a e Florestas e o secretário para os Assuntos Regionais e Locais do Presidente da República.

É apoiada por um grupo técnico que integra os Secretário­s de Estado dos Ministério­s acima enumerados. A equipa técnica é coordenada pela ministra do Ordenament­o do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho.

A Comissão tem como atribuiçõe­s efectuar o levantamen­to dos terrenos rurais existentes nas comunidade­s rurais, analisar o grau de aproveitam­ento útil e efectivo dos terrenos e promover o seu reconhecim­ento e registo.

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JOÃO CONSTANTIN­O | EDIÇÕES NOVEMBRO | BIÉ Ministra Ana Paula de Carvalho avaliou recentemen­te as condições para o início do programa

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